A Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito (PTC) divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central revela uma perspectiva negativa para as instituições financeiras no quarto trimestre de 2025. A pesquisa, que avalia as condições de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN), indica uma deterioração contínua na oferta de crédito.
Os dados mostram que a demanda por crédito durante o terceiro trimestre manteve-se igual ou superior à do trimestre anterior. Contudo, o segmento de crédito para pessoas físicas na área habitacional pode registrar uma demanda mais fraca. A PTC também aponta que os níveis de tolerância ao risco e a inadimplência pioraram em todos os segmentos, com a inadimplência no segmento de consumo superando as expectativas. Para o quarto trimestre, as projeções sinalizam um aumento adicional dessas dificuldades.
Condições para Grandes Empresas
No segmento das grandes empresas, a avaliação foi de que as condições de crédito se tornaram ligeiramente mais restritivas no terceiro trimestre em comparação ao segundo. Fatores como a situação econômica nacional, os índices de inadimplência, a tolerância ao risco e a liquidez do mercado externo influenciaram essa percepção. Para os próximos meses, espera-se uma continuidade no aperto das condições de crédito, com riscos acrescidos devido a tarifas aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil.
Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME)
Para as micro, pequenas e médias empresas, a pesquisa destaca que a inadimplência e a tolerância ao risco se tornaram mais restritivas. No entanto, a intervenção do BNDES tem ajudado a mitigar esses efeitos negativos. A previsão é de que essas condições desafiadoras permaneçam nos últimos três meses do ano, mas a reestruturação de portfólios pode proporcionar algum alívio.
Consumo das Famílias
Em relação ao consumo das famílias, a PTC indica que vários fatores tornaram-se ligeiramente mais restritivos em comparação ao trimestre anterior, especialmente a inadimplência no mercado. Mesmo assim, o segmento mantém condições relativamente mais favoráveis do que os demais. Para o último trimestre, as expectativas são mistas: o comprometimento da renda e os altos índices de inadimplência podem gerar pressão por condições mais rígidas, enquanto a captação de novos clientes e a competitividade entre instituições financeiras podem contribuir para um ambiente mais flexível.
Habitação
As condições de crédito no segmento habitacional se mostraram mais rígidas no terceiro trimestre, impactadas por custos elevados, disponibilidade de fundos, e o cenário de emprego e salários. A expectativa é de que essas dificuldades permaneçam nos próximos três meses, embora um certo alívio possa surgir devido a melhorias no ambiente institucional.

