Quantidades Recordes de Água Vertida nas Hidrelétricas
As hidrelétricas brasileiras apresentaram um volume de água vertida sem precedentes em 2023, de acordo com dados fornecidos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Este volume de água é liberado pelas barragens quando as hidrelétricas estão cheias e não precisam de toda a água para a produção de energia, devido à demanda.
Energia Suficiente para Abastecer o Nordeste
Até 20 de junho deste ano, a quantidade de água vertida nas hidrelétricas de todo o país alcançou um equivalente de 10.842 MWmed (megawatts-médios).
De acordo com o ONS, essa energia seria capaz de suprir aproximadamente 90% da demanda de energia dos consumidores do Nordeste.
Reservatórios em Níveis Elevados: Reflexo das Fortes Chuvas
O nível elevado dos reservatórios é um reflexo direto das fortes chuvas recentes.
Ao final de junho, os reservatórios de hidrelétricas no Sudeste e Centro-Oeste, que abrigam a maior capacidade de geração do país, apresentavam uma média de armazenamento de 86%, o melhor índice registrado desde 2011.
Exportação de Energia para Argentina e Uruguai
Uma razão pela qual a quantidade de água vertida não foi maior é que o Brasil exportou energia para a Argentina e o Uruguai.
Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), foi vendida aos dois países vizinhos uma energia equivalente a 4.924,9 MWmed, gerando uma receita de aproximadamente R$ 600 milhões.
Efeitos na Conta de Luz
sobre os efeitos na conta de luz devido à melhora na situação das hidrelétricas, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) respondeu que “em razão do aumento da geração renovável e menor utilização das térmicas, as bandeiras tarifárias estão verdes.
Desde abril de 2022” as tarifas estão verdes e devem permanecer “assim até o fim de 2023”. Esta bandeira verde implica que não haverá cobranças extras nas contas de luz.
Reflexões sobre a Crise do Setor Elétrico
Esta melhora no setor elétrico brasileiro ocorre apenas dois anos depois de uma forte crise causada pela escassez de chuvas, que trouxe de volta o temor de um possível racionamento de energia no país.
O Ministério de Minas e Energia informou que “entende que a redução estrutural das tarifas de energia elétrica passa por políticas públicas para correção de diversas distorções incluídas no setor elétrico ao longo dos últimos anos”.
O Ministério também afirmou que “atua para implementar essas políticas públicas, de modo a proteger a população mais carente” e “propor correções às distorções incluídas nas tarifas nos últimos anos”.
