O presidente do Federal Reserve (Fed), filial de Chicago, Austan Goolsbee, declarou nesta segunda-feira, 21 de outubro, que a desaceleração da economia dos Estados Unidos pode representar um risco maior do que as preocupações com a inflação. Em um contexto de incertezas geradas pela guerra tarifária iniciada pela administração de Donald Trump, Goolsbee enfatizou que os efeitos das tarifas e possíveis retaliações serão cuidadosamente monitorados para avaliar seu impacto sobre a economia do país.
Durante uma entrevista à CNBC, Goolsbee afirmou: “Precisamos aguardar a finalização das negociações com outras nações e observar o desenvolvimento dos acordos”. Ele expressou otimismo em relação à possibilidade de uma recuperação da indústria, se os acordos comerciais forem favoráveis e a produtividade continuar elevada.
Embora o presidente do Fed de Chicago tenha reconhecido que a economia norte-americana é predominantemente impulsionada por fatores internos, ele ressaltou a importância de acompanhar de perto as implicações das tarifas. “O impacto na economia dos Estados Unidos pode ser modesto”, comentou.
Goolsbee também abordou as preocupações dos americanos sobre o retorno de uma inflação descontrolada, semelhante à vivida nos anos de 2021 e 2022, garantindo que as expectativas de inflação estão ancoradas. Ele destacou os elementos positivos provenientes das novas políticas que promovem resiliência nas cadeias de suprimentos, indicando que quanto maior a resiliência, menor será a pressão inflacionária sobre os preços.
Na avaliação de Goolsbee, todos os dados econômicos devem ser considerados antes que o Fed decida sobre a trajetória das taxas de juros. O presidente do Fed afirmou a necessidade de ter uma “mão estável” para evitar falhas nos objetivos da instituição.
Sobre as tarifas, ele observou que se tratam de um “choque econômico”, mas que o cenário econômico está em constante mudança. Goolsbee se mostrou otimista quanto à possibilidade de redução das taxas de juros nos próximos 12 a 18 meses, condicionando essa expectativa a um retorno a uma situação econômica mais estável.