NOVA YORK (Reuters) – A saúde da economia dos Estados Unidos gerou incertezas entre investidores nesta quarta-feira, 30, mesmo após a divulgação do relatório sobre o Produto Interno Bruto (PIB). As tarifas abrangentes implementadas pelo presidente Donald Trump têm comprometido os sinais de crescimento econômico.
Os dados do primeiro trimestre trouxeram a primeira contração econômica dos EUA desde 2022, o que imediatamente impactou o mercado acionário. No entanto, economistas que previam uma contração ainda maior avaliaram os resultados como menos alarmantes, considerando o aumento das importações à medida que empresas tentavam evitar custos elevados devido às novas tarifas. Essa tendência, segundo analistas, pode ser revertida nos próximos meses.
Os investidores se encontram em uma situação similar à anterior à divulgação do relatório, lidando com a incerteza em relação à guerra comercial em curso. As tensões desse conflito continuam a manter os mercados voláteis e suscitam preocupações sobre uma possível recessão.
“Atualmente, existe uma significativa distorção e volatilidade nos dados econômicos devido às tarifas”, afirmou Matthew Miskin, co-estrategista-chefe de investimentos da John Hancock Investment Management. Ele acrescentou que o relatório do PIB “não ajuda a dissipar o receio de uma contração econômica” que permeia os mercados.
A taxa anualizada de queda do PIB nos EUA foi de 0,3% no último trimestre. As importações aumentaram exponencialmente, com um crescimento de 41,3%, resultando em uma lacuna comercial que impactou o PIB em 4,83 pontos percentuais, um recorde.
De acordo com Mark Hackett, estrategista-chefe de mercado da Nationwide, essas condições têm gerado frustração entre investidores de longo prazo. “Não estamos obtendo uma leitura precisa do desempenho da economia real”, disse ele, ressaltando a importância de dados claros para compreensão do cenário econômico.
Em contrapartida, Larry Werther, economista-chefe para os EUA da Daiwa Capital Markets America, expressou otimismo em relação aos gastos dos consumidores, que cresceram a uma taxa de 1,8%. Esse índice sugere que “a economia doméstica ainda está no caminho certo” no primeiro trimestre.
Embora Werther não considere a recessão como uma hipótese predominante, ele reconhece que as chances de que isso ocorra nos próximos doze meses aumentaram, especialmente desde o início do ano.
A contínua incerteza econômica representa riscos adicionais para os mercados. “Neste período de negociações tarifárias, modelar e prever a economia torna-se extremamente desafiador”, comentou Peter Andersen, fundador da Andersen Capital Management.