NOVA YORK (Reuters) – A vice-presidente do Federal Reserve, Michelle Bowman, defendeu nesta sexta-feira a necessidade de cortes significativos na taxa de juros, com o objetivo de mitigar os crescentes desafios no mercado de trabalho. Durante uma reunião do Forecasters Club de Nova York, Bowman destacou que dados recentes indicam uma fragilização do mercado, onde a inflação se mantém ligeiramente acima da meta, excluindo as tarifas.
A vice-presidente citou informações acumuladas ao longo de vários meses, indicando que o Comitê Federal de Mercado Aberto deve “agir de forma decisiva e proativa” para enfrentar as condições deterioradas do mercado de trabalho e os sinais de vulnerabilidade emergentes.
“Corremos o sério risco de já estarmos atrasados na abordagem da deterioração das condições do mercado de trabalho”, alertou Bowman. Ela expressou preocupação de que, se a situação continuar a se agravar, será necessário ajustar a política monetária de maneira mais rápida e intensa no futuro.
Bowman também descartou a ideia de que as tarifas comerciais implementadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estejam criando uma preocupação inflacionária persistente. Ao retirar as tarifas da equação, as pressões sobre os preços, segundo ela, ainda ficam ligeiramente acima da meta desejada.
Embora a inflação continue acima do alvo de 2%, Bowman enfatizou que a política monetária do Fed deve priorizar o lado do mandato que demonstra sinais de enfraquecimento, o que, neste momento, significa apoiar o mercado de trabalho.
Além disso, a vice-presidente abordou a redução do balanço patrimonial do Federal Reserve, afirmando sua preferência por mantê-lo no menor nível possível, mantendo as reservas em um patamar mais próximo da escassez. Isso proporcionaria flexibilidade para o Fed reagir a qualquer problema futuro que possa surgir.
Bowman igualmente expressou seu desejo de que o balanço patrimonial seja composto exclusivamente por títulos do governo dos EUA (Treasuries), priorizando aqueles com prazos mais curtos. Ela mencionou que, se necessário, o Fed poderia ajustar seu portfólio para incluir títulos de prazos maiores, sem expandir seu tamanho total.