A contração no setor de serviços do Brasil apresentou sinais de desaceleração em outubro, conforme revelou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI) divulgada nesta quarta-feira, 5. O índice, que é monitorado pela S&P Global, subiu para 47,7 em outubro, em comparação aos 46,3 registrados em setembro. Apesar desse avanço, o indicador permanece abaixo da marca de 50, que delimita a transição entre crescimento e contração.
Conforme destacou Pollyanna De Lima, diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, embora a economia de serviços continue enfrentando desafios, alguns sinais de resistência foram observados. A pressão inflacionária, no entanto, continua a ser um fator crítico que limita a recuperação do setor.
A pesquisa identificou a fraqueza na demanda e a falta de novas vendas como as principais causas da redução na atividade. A entrada de novos pedidos caiu pelo sétimo mês consecutivo, embora o ritmo desta contração tenha se mostrado menos severo do que no mês anterior. Algumas empresas relataram um leve aumento na procura por seus serviços.
O volume de produção também continuou a retrair, marcando a sétima queda seguida, mas com uma diminuição menos acentuada comparada a setembro. Em relação ao emprego, houve um modesto crescimento no setor, com algumas empresas conseguindo preencher vagas, enquanto outras relataram hesitação em contratar devido a necessidades de contenção de custos.
Os empresários no setor mostraram-se esperançosos em relação a uma possível recuperação da demanda ao longo dos próximos 12 meses. As expectativas indicam uma expectativa de inflação mais amena, o que favorece previsões positivas para a produção. No entanto, preocupações persistem em relação a calotes e possíveis distúrbios decorrentes das eleições do próximo ano.
Outros desafios vêm da aceleração na taxa de inflação dos insumos utilizados pelos fornecedores de serviços, impulsionada por juros altos, variação cambial negativa e tarifas dos Estados Unidos implementadas em agosto. Consequentemente, as empresas repassaram parte desses custos aos clientes, resultando em um aumento dos preços dos serviços, que subiram no ritmo mais acelerado dos últimos três meses.
Além disso, o setor industrial brasileiro também observou uma diminuição na intensidade de sua contração em outubro, com o PMI Composto indo de 46,0 em setembro para 48,2, apontando para um declínio moderado na atividade.



