BRASÍLIA (Reuters) – O Ministério da Fazenda reduziu as projeções de crescimento econômico e inflação para 2023, conforme divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) nesta quinta-feira. A revisão ocorre em um cenário de política monetária restritiva por parte do Banco Central.
A nova previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi ajustada para 2,2%, uma leve queda em relação à estimativa de 2,3% anunciada em setembro. Para 2026, a expectativa de crescimento permanece em 2,4%.
Quanto à inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a expectativa para este ano foi reduzida de 4,8% para 4,6%. Para 2026, a estimativa é de 3,5%, em contraste com a previsão anterior de 3,6%, prevendo ainda uma inflação de 3,2% no segundo trimestre de 2027, período relevante para a política monetária.
A meta do Banco Central para a inflação é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais.
A revisão para baixo das expectativas de crescimento é atribuída à queda projetada para o terceiro trimestre de 2023, que reflete o alto nível dos juros reais. No entanto, a Secretaria de Política Econômica destacou que a desaceleração econômica poderia ser mais acentuada sem algumas influências, como o pagamento de precatórios pelo governo em julho e o aumento das concessões de crédito consignado.
Para 2026, as expectativas incluem uma desaceleração na atividade agropecuária, que será compensada pelo crescimento esperado nos setores industrial e de serviços. Essa análise indica uma expectativa de recuperação na economia, impulsionada pela expansão de atividades não agrícolas.
No que diz respeito aos preços, a Fazenda atribui a expectativa de menor inflação a fatores como a apreciação do real, a redução nos preços no atacado, tanto agropecuário quanto industrial, e a superoferta de bens no mercado global, em consequência de tensões comerciais.
A previsão também leva em conta a implementação de uma bandeira amarela para as tarifas de energia elétrica em dezembro, resultando em custos mais baixos para os consumidores em comparação à bandeira vermelha que está atualmente em vigor. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é responsável por definir a bandeira tarifária com base nas condições de geração de energia.



