A confiança do setor industrial brasileiro registrou um leve aumento em setembro, interrompendo uma sequência de três meses de declínio. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), a melhoria nas avaliações sobre o momento atual compensou o pessimismo em relação ao futuro.
De acordo com a FGV, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) cresceu 0,1 ponto em comparação a agosto, atingindo 90,5 pontos. Já o Índice de Situação Atual (ISA), que reflete a percepção dos empresários sobre as condições do setor, subiu 1,6 ponto, alcançando 95,0 pontos.
Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE, destacou que a melhora na avaliação do momento presente é compensatória, considerando o desempenho mais fraco observado no mês anterior. Ele alertou, porém, que os estoques permanecem acima do desejável em muitos segmentos.
Por outro lado, o Índice de Expectativas (IE), que mede a visão sobre os próximos meses, apresentou uma queda de 1,5 ponto, totalizando 86,1 pontos. Este é o menor índice registrado desde junho de 2020, quando alcançou 75,8 pontos. Pacini observou que o pessimismo é generalizado entre os empresários, refletindo a complexidade do ambiente macroeconômico atual. Ele apontou que, no segundo semestre, há uma expectativa de desaceleração das atividades econômicas, influenciada pela contração da política monetária e por incertezas geradas por fatores externos, incluindo a situação econômica dos Estados Unidos.
Na véspera, o Banco Central do Brasil revisou sua projeção de crescimento econômico para 2025, reduzindo-a de 2,1% para 2,0%. Após manter a taxa Selic em 15%, o banco informou que, após uma análise dos efeitos acumulados da alta de juros, passou a uma nova fase da política monetária, que prevê a manutenção da Selic em níveis estáveis por um período prolongado, com o objetivo de atingir a meta de inflação.