O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central determinou que a taxa Selic de 15% ao ano é adequada para garantir que a inflação convirja à meta. Contudo, enfatizou que essa taxa elevada deve ser mantida por um “período bastante prolongado”. A informação foi divulgada na ata da 274ª reunião do comitê, publicada na terça-feira, 11 de outubro de 2023.
O Banco Central afirmou que, à medida que o cenário econômico se desenvolve conforme o esperado, o Comitê opta por manter a taxa inalterada, demonstrando maior convicção sobre a adequação da taxa atual para controlar a inflação.
A ata revela que o Banco Central decidiu manter a taxa básica inalterada, considerando que essa abordagem é alinhada ao objetivo de reduzir a inflação. O Copom também indicou que poderá reiniciar o ciclo de alta nos juros se julgar necessário.
O ambiente econômico internacional permanece incerto, particularmente devido às políticas econômicas dos Estados Unidos e tensões geopolíticas, o que requer cautela por parte das economias emergentes. No cenário nacional, o Copom observa uma moderação no crescimento da atividade econômica, mas ressalta a dinâmica do mercado de trabalho.
As últimas leituras de inflação indicam uma desaceleração, mas o índice permanece acima da meta, com expectativas para 2025 e 2026 em 4,5% e 4,2%, respectivamente, ambos acima do centro da meta de 3%. O Comitê classificou o cenário de inflação como “desafiador”, destacando que a desancoragem das expectativas inflacionárias é uma preocupação constante.
A ata também destaca o impacto significativo da política fiscal nas percepções de risco, o que pode influenciar a taxa neutra de juros. O documento reitera a importância da coordenação entre as políticas fiscal e monetária e adverte que um enfraquecimento dos esforços fiscais ou um aumento do crédito direcionado podem elevar os custos de desinflação.
Em suas projeções, o cenário de referência estima uma inflação acumulada de 4,6% para 2025 e 3,6% para 2026. Para o horizonte de política monetária relevante, no segundo trimestre de 2027, a projeção é de 3,3%, ainda acima da meta.
O Copom reafirmou que a política monetária atual, classificada como “significativamente contracionista”, deve ser mantida para garantir a convergência da inflação. A decisão de manter a Selic em 15% foi unânime, com todos os nove membros do comitê, liderados por Gabriel Galípolo, apoiando a medida.



