A União Europeia (UE) deve apresentar na próxima semana um documento aos Estados Unidos, contendo um conjunto de propostas com o objetivo de acelerar as negociações comerciais com a administração do presidente Donald Trump. As informações foram obtidas de fontes que preferiram não se identificar.
Entre as principais recomendações do pacote estão:
- Redução de barreiras comerciais e não tarifárias;
- Aumento dos investimentos europeus nos EUA;
- Cooperação em questões globais, como o combate ao excesso de capacidade produtiva de aço da China;
- Compra de produtos norte-americanos, incluindo gás natural liquefeito e tecnologias.
Vale ressaltar que as propostas ainda estão sujeitas a mudanças, pois a Comissão Europeia, responsável pelas políticas comerciais do bloco, continua a consultar os Estados-membros.
Um porta-voz da Comissão Europeia não comentou a respeito das propostas. Além disso, a UE está se preparando para retaliar caso as negociações não avancem. As retali ações podem incluir novas listas de produtos norte-americanos que serão alvo de tarifas e potenciais restrições nas exportações dos EUA, conforme informações anteriores divulgadas pela Bloomberg.
Recentemente, a UE decidiu adiar, por 90 dias, a implementação de tarifas retaliatórias que seriam aplicadas em resposta às tarifas de 25% impostas por Trump sobre as exportações de aço e alumínio da UE. Esta decisão foi tomada após a redução temporária, de 20% para 10%, na taxa recíproca de impostos sobre muitas exportações da UE.
Entre as tarifas que o presidente Trump já estabeleceu está a de 25% sobre automóveis e peças, além de planos para atingir importações de semicondutores e produtos farmacêuticos. Até o momento, as negociações entre a UE e os EUA não avançaram significativamente, e autoridades governamentais expressaram à Bloomberg que muitas das tarifas americanas podem ser permanentes.
O governo Trump também tem levantado preocupações sobre o déficit comercial em bens com a UE e contestado diversas regulamentações e padrões adotados pelo bloco.
Além disso, a UE está se preparando para possíveis disputas que podem surgir na Organização Mundial do Comércio (OMC) e para enfrentar desvio comercial decorrente das tarifas de 145% impostas por Trump a diversas exportações chinesas.