Por Lisa Pauline Mattackal e Purvi Agarwal
(Reuters) – Os principais índices de Wall Street sofreram quedas acentuadas nesta segunda-feira, 21, atingindo os menores níveis em mais de uma semana. A pressão sobre o mercado aumentou após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificar as críticas ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. As declarações levantaram inquietações sobre a autonomia do banco central e impactaram negativamente a confiança dos investidores.
No último post divulgado em sua plataforma Truth Social, Trump reiterou suas queixas a Powell, sugerindo que a economia dos EUA poderia desacelerar se as taxas de juros não fossem reduzidas imediatamente. Essa postura representa um acúmulo de críticas à política monetária, abrindo espaço para dúvidas quanto à capacidade do Fed de operar de forma independente na maior economia do mundo.
As preocupações não se restringem apenas ao Fed. Um assessor da Casa Branca revelou, na última sexta-feira, que a possibilidade de demitir Powell está sendo considerada pela equipe de Trump.
Às 12h44 (horário de Brasília), os índices refletiam a instabilidade do mercado: o Dow Jones apresentava queda de 2,70%, registrando 38.084,97 pontos; o S&P 500 recuava 2,81%, com 5.134,43 pontos; e o Nasdaq Composite mostrava uma diminuição de 3,15%, situando-se em 15.773,78 pontos. Robert Pavlik, gerente sênior de portfólio da Dakota Wealth Management, afirmou que a eventual demissão de Powell demonstraria uma busca por controle, o que gera incertezas entre os investidores. “Quando há incertezas, ninguém quer investir”, disse ele.
Além das reivindicações de Trump, as tarifas comerciais continuam a ser um fator de apreensão para os investidores. A China emitiu um alerta aos países sobre a realização de acordos com os EUA que possam prejudicar seus interesses. A aversão ao risco resultante dessa situação também contribuiu para as perdas nos mercados.
Neste contexto de baixa, todos os 11 setores do S&P 500 apresentaram desvalorização ao longo do dia.