Na quinta-feira, 24 de outubro de 2023, os mercados globais experimentam uma nova onda de volatilidade, resultando em uma redução nas taxas dos títulos públicos brasileiros. Essa movimentação ocorre em um cenário de recuperação da Bolsa de Valores e queda do dólar, sugerindo um fluxo de capital externo em direção a ativos locais.
O destaque do dia é o Tesouro Prefixado 2028, que agora oferece uma taxa de 13,49% ao ano, o menor índice desde 2025, afastando-se da taxa de 14% registrada no início de abril. O título com vencimento em 2032 também apresenta queda significativa, com uma remuneração de 14,14% ao ano, bem abaixo dos quase 15% observados no começo do mês.
O dólar americano está cotado abaixo de R$ 5,70, refletindo uma aversão global à moeda, em meio a incertezas sobre as políticas tarifárias do governo de Donald Trump. Essa falta de clareza resulta em uma diminuição da credibilidade dos anúncios referentes às taxas de importação, levando investidores a buscar outras alternativas. Essa dinâmica favorece o real e os títulos públicos, que aumentam de valor à medida que a demanda cresce, resultando em redução das taxas.
Adicionalmente, surgem indícios de estabilização no crescimento econômico brasileiro, o que pode facilitar o trabalho do Banco Central para conter a inflação. O economista sênior do Deutsche Bank, Drausio Giacomelli, sugere que, com o aumento dos riscos de uma desaceleração global e as expectativas de inflação interna se estabilizando, o Comitê de Política Monetária (Copom) pode considerar um aumento de 50 pontos-base e encerrar o ciclo de alta de juros. Isso reflete uma tendência de arrefecimento nas taxas de mercado e nos preços relacionados à Selic.
Embora as taxas dos títulos atrelados à inflação estejam em queda, essa diminuição é menos pronunciada, especialmente em títulos de prazo mais longo, cuja performance é impactada mais por questões fiscais do que por decisões de política monetária. Na quarta-feira, 23 de outubro de 2023, o Fundo Monetário Internacional (FMI) expressou um sentimento de pessimismo em relação à situação fiscal brasileira, prevendo um aumento da dívida pública em relação ao PIB, que deve escalar de 87,3% em 2024 para 92,0% neste ano.
A remuneração dos títulos do Tesouro IPCA+ também está em declínio, mas permanece acima de 7% ao ano, além da inflação. O título com vencimento em 2029 está oferecendo 7,58% nesta quinta-feira, em contraste com quase 8% no início de abril. Já o título com vencimento em 2040 apresenta taxa de 7,48%, próxima ao maior nível do ano.
As taxas dos títulos públicos do Tesouro Direto atualizadas às 13h54 de 24 de outubro: