O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apresentou uma queda de 0,4 ponto entre março e abril, situando-se em 98,0 pontos, conforme divulgado nesta segunda-feira, 28, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Na média móvel trimestral, o índice também recuou, perdendo 0,2 ponto e alcançando 98,2 pontos.
De acordo com o economista do Ibre/FGV, Stéfano Pacini, a redução reflete um cenário de cautela entre os empresários. “A queda em abril resulta do aumento nos estoques, que, apesar da deterioração, ainda permanecem em níveis normais. As expectativas futuras demonstram uma acomodação após um período de pessimismo em relação aos negócios nos próximos seis meses”, explicou.
Pacini ressaltou que os segmentos voltados para a demanda externa, especialmente os de bens intermediários, enfrentaram um declínio significativo. Ele adverte que a insegurança global, intensificada pelas recentes medidas do governo americano, poderá afetar negativamente a percepção dos empresários. Além disso, o ciclo de alta nas taxas de juros e a expectativa de desaceleração econômica poderão criar um cenário desafiador para a indústria em 2025, particularmente no segundo semestre.
A FGV também reportou que o Índice de Situação Atual (ISA) caiu 0,4 ponto, atingindo 100,1 pontos. O Índice de Expectativas (IE) apresentou um resultado semelhante, com recuo de 0,4 ponto em abril, chegando a 96,0 pontos. Em contrapartida, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (Nuci) registrou um aumento de 1,5 ponto percentual, alcançando 83%, o nível mais alto desde setembro de 2024, quando foi de 83,4%.