Os acionistas da Eletrobras (códigos ELET3 e ELET6) aprovaram, nesta terça-feira, 29 de outubro, uma significativa reestruturação do conselho de administração da empresa. Essa mudança, que representa a primeira grande reformulação desde a privatização, ampliou o colegiado para dez membros, incluindo três representantes do governo federal.
Na assembleia de acionistas, foram reconduzidos ao conselho os atuais membros Vicente Falconi, Ana Silvia Corso Matte, Felipe Villela e Marisete Pereira. Além deles, foram eleitos os novos integrantes Carlos Marcio Ferreira e José João Abdalla Filho.
Carlos Marcio Ferreira, indicado por diversas gestoras como SPX e Opportunity HDF, já integrou a direção de importantes empresas do setor elétrico, como CPFL e Energisa, e também atuou em conselhos de companhias como Eneva e Light. Por sua vez, José João Abdalla Filho, conhecido como “Juca”, é dono do Banco Clássico e um expressivo acionista da Eletrobras. Ele recebeu aprovação para assumir o cargo, mesmo continuando como conselheiro da Petrobras.
Na votação separada para os acionistas preferencialistas, Pedro Batista, sócio da Radar Gestora e atual ocupante da função, foi reeleito como conselheiro.
A assembleia ainda aprovou a indicação de Maurício Tolmasquim, Silas Rondeau e Nelson Hubner pela União para ocuparem novas cadeiras no colegiado da Eletrobras. Além disso, os acionistas concordaram com o acordo firmado entre a Eletrobras e a União, que encerra uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o poder de voto na empresa. Com esse acordo, o governo federal ampliou sua participação nas decisões do conselho, enquanto a Eletrobras diminuiu os riscos associados a seus negócios nucleares, nos quais permanece como sócia minoritária.
Por fim, a União conquistou também uma vaga no conselho fiscal da Eletrobras. O suplente Regis Dudena foi escolhido após a retirada da indicação de Guido Mantega, que havia sido apresentada anteriormente e não foi substituída antes da assembleia.
A votação desta terça-feira marcou o fim de uma disputa intensa entre candidatos ao conselho, com a administração da Eletrobras sustentando sua lista recomendada em meio a uma concorrência de nomes reconhecidos no setor.