No primeiro trimestre de 2025 (1T25), grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos, conhecidas como big techs, divulgaram seus resultados financeiros. As apresentações da Microsoft ocorreram na quarta-feira (30), seguidas por Amazon e Apple na quinta (1°).
Durante o programa Morning Call da XP, apresentado na sexta-feira (2), o economista-chefe da XP, Caio Megale, avaliou que os resultados das big techs foram positivos, mas os guidances indicam preocupações sobre a economia futura. Apple destacou um aumento significativo nos custos durante a divulgação de seus números.
“A Apple mencionou um impacto de cerca de US$ 900 milhões a mais por trimestre devido a tarifas tarifárias. Esse aumento nas despesas deve-se à possível implementação de taxas de importação pelo presidente Joe Biden,” observou Megale.
Pressão devido às tarifas
Megale comentou que a menção sobre os custos adicionais gerou inquietação no mercado, ressaltando que as tarifas podem afetar significativamente as cadeias globais de produção.
Ele também destacou que, apesar dos desafios, há negociações em andamento entre China e Estados Unidos sobre as tarifas de importação, o que pode trazer mudanças na situação.
Outro ponto de atenção para o economista é o comportamento do preço do petróleo. Sua recente queda é vista como um reflexo das expectativas de uma possível recessão e desaceleração econômica global.
“O petróleo tem enfrentado uma queda consistente, enquanto outras commodities, como grãos, mantêm um desempenho relativamente estável,” comentou Megale. Ele lembrou que o petróleo é crucial para a balança comercial e a arrecadação fiscal no Brasil.
“Embora a queda nos preços do petróleo possa auxiliar na redução da inflação – que foi para menos de US$ 60 o barril de Brent, enquanto estava em US$ 80 no início do ano –, isso pode impactar negativamente as receitas tributárias e a balança comercial,” explicou.
Em relação ao dólar, Megale mencionou que a moeda tem apresentado um desempenho satisfatório, beneficiada pela percepção de que o Brasil está se saindo relativamente bem na guerra comercial entre os Estados Unidos. No entanto, ele alertou para os possíveis efeitos adversos da queda dos preços das commodities, que historicamente têm uma correlação negativa com a valorização do real.
“Esses preços baixos de commodities podem pressionar a taxa de câmbio para cima,” concluiu Megale, embora ressalvando que essa situação ainda não tem se concretizado.