O ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, sugeriu o congelamento dos aumentos reais do salário mínimo como uma medida para melhorar o quadro fiscal do país. Em resposta a essa proposta, Samuel Pessôa, chefe do Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), propôs em 6 de novembro, a privatização da Petrobras (PETR3;PETR4), um aumento na carga tributária e a alteração do indexador para o gasto mínimo constitucional relacionado ao salário-educação.
Pessôa fez essas declarações durante o TAG Summit 2025, onde advogou por uma mudança de governo, sugerindo que a administração atual, de viés esquerdista, deveria ser substituída por uma de orientação mais direita. Em sua análise, ele expressou preocupações de que o Brasil concluirá o mandato do presidente Lula “capengando” e enfrentando uma alta pressão inflacionária, especialmente nos serviços.
Segundo Pessôa, é necessário repensar o indexador do gasto mínimo constitucional, que impacta o salário-educação. Ele afirmou que o futuro governo de direita poderia considerar a privatização da Petrobras como uma forma de arrecadar recursos para sustentar a administração pública. Ele exemplificou com a experiência do governo Temer, que, em sua opinião, foi positiva nesse sentido.
O economista destacou que a formação da taxa de juros no Brasil é influenciada pelo equilíbrio entre oferta e demanda no mercado. “Se conseguirmos mudar a dinâmica do gasto obrigatório, isso pode resultar em uma queda imediata na taxa de juros. Essa redução proporciona uma análise mais favorável dos modelos de previsão de vida pública, diminuindo o risco”, afirmou Pessôa.
Ele também mencionou que um eventual fortalecimento da economia poderia criar um ciclo virtuoso, ao que afirmou: “Isso já ocorreu no governo Temer e deve se repetir na próxima administração. Há medidas que podem ser tomadas, embora sejam difíceis. Será necessário um período sem aumentos reais do salário mínimo, o que gera desconforto. No entanto, é fundamental convencer a sociedade sobre essa necessidade”, concluiu Pessôa.