Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o “Faraó dos Bitcoins”, foi transferido do Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná, para o sistema penitenciário do Rio de Janeiro. A mudança, conforme informado pelo advogado Thiago de Souza Cardoso Lemos, ocorreu na última sexta-feira, e ele agora se encontra no Presídio Laércio da Costa Pellegrino (Bangu I).
A transferência segue uma determinação da 3ª Vara Criminal Federal do Rio, que, em 23 de setembro de 2025, decidiu que Glaidson deveria comparecer presencialmente a audiências agendadas para os dias 7, 8 e 9 de outubro. No entanto, em 25 de setembro, o juiz da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) expediu uma nova decisão que reiterou a necessidade de manter Glaidson em uma penitenciária federal, embora a determinação anterior tenha prevalecido.
O advogado de Glaidson esclareceu que, apesar da nova decisão, seu cliente retornou de forma definitiva ao sistema penitenciário fluminense e participará das audiências. “Não há como falar em retorno porque a exclusão dele do sistema federal já foi efetivada”, afirmou Lemos. A decisão do juiz destacou que Glaidson ainda representa um risco à segurança do sistema penitenciário estadual, citando possíveis atividades criminosas que justificam sua permanência em um estabelecimento de segurança máxima.
Além disso, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) argumentou que a permanência de Glaidson no sistema penitenciário federal deveria durar até 25 de janeiro de 2027, apontando que ele mantém liderança em uma organização criminosa envolvida em fraudes financeiras, corrupção de agentes públicos e homicídios relacionados ao mercado de criptomoedas.
De acordo com documentos do MPRJ, Glaidson recebeu 36 atendimentos jurídicos e teve 48 visitas sociais em 2024. O relatório também afirma que o grupo liderado por ele movimentou aproximadamente R$ 38 bilhões, revelando não apenas seu alto poder financeiro, mas também representando um risco significativo à Segurança Pública do estado. Além disso, Glaidson é réu em um caso de homicídio ocorrido em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, em 2022.
Glaidson Acácio dos Santos foi preso em 2021 durante a Operação Kryptos, realizada pela Polícia Federal, que investigou fraudes financeiras no Brasil.