No último dia do Acampamento São Miguel Arcanjo, realizado na sede da Comunidade Canção Nova em Cachoeira Paulista, São Paulo, no dia 28, milhares de fiéis se reuniram para celebrar e refletir sobre temas espirituais. O evento contou com as pregações do padre Adriano Zandoná e do frei Gilson, que abordaram a busca pela verdade.
A programação começou com a pregação de padre Adriano, que fez uma reflexão a partir de um trecho bíblico da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios. Neste texto, Paulo menciona que “o deus deste mundo cegou a inteligência desses incrédulos”, o que levou o padre a criar uma discussão sobre o papel da inteligência na busca pela verdade. Ele fez uma analogia com os filósofos gregos, dividindo os desejos humanos em dois tipos: o sensitivo, que está relacionado aos instintos e aos prazeres momentâneos, e o racional, que permite ao ser humano escolher o que realmente é bom, mesmo que isso exija sacrifícios.
Padre Adriano alertou sobre os perigos de buscar apenas prazeres passageiros, ressaltando que ter uma vida equilibrada e espiritualmente saudável requer autoconhecimento e escolhas conscientes. Ele enfatizou a importância de usar a razão e a inteligência espiritual, afirmando que aqueles que agem apenas movidos por instintos vivem como animais. O sacerdote também destacou que é fundamental criar uma base de valores e referências positivas que ajudem a distinguir entre o que é certo e o que é errado, especialmente em tempos em que as mentiras podem ser apresentadas de forma atrativa.
Além disso, ele abordou os fatores que podem levar à cegueira espiritual, como a falta de arrependimento e a desobediência aos mandamentos de Deus. O padre também fez um apelo à confissão e ao fortalecimento da fé por meio da devoção à Palavra de Deus e à Eucaristia, como formas de combater a tibieza espiritual.
A segunda pregação ficou a cargo de Frei Gilson, que deu continuidade ao tema da cegueira espiritual, utilizando como base o relato bíblico da cura de um cego de nascença por Jesus. Ele enfatizou que todos estão em um processo de cura espiritual e incentivou os participantes a se apegar à verdade. Frei Gilson fez um convite para que a fé dos presentes não fosse apenas superficial, mas que houvesse uma verdadeira conexão entre o que é sentido interiormente e o que é mostrado exteriormente.
A conversa entre o homem curado e os fariseus foi um ponto central da pregação, onde Frei Gilson lembrou como muitas pessoas relutam em aceitar a verdade, mesmo quando ela está clara diante delas. Ele destacou que, enquanto Deus pede a verdade, muitos no mundo a rejeitam, e aqueles que se tornam alvos dessa rejeição devem se sentir alegres por estarem do lado certo.
Frei Gilson também abordou as divisões que surgem em decorrência do mal, em contraste com aquelas que são divinas, que levam à vida e à salvação. Ele concluiu a pregação ao afirmar que, em vez de se sentirem humilhados por serem rejeitados devido à sua fé, os fiéis devem se sentir acolhidos por Cristo, que sempre oferece amor e aceitação.
O acampamento foi um momento de reflexão e espiritualidade, onde os participantes puderam reavaliar suas crenças e compromissos religiosos, preparando-se para seguir adiante em sua jornada de fé.