Um novo estudo científico revela que o objeto interestelar 3I/ATLAS é surpreendentemente massivo e grande. Esse achado foi compartilhado em um artigo co-autorado por pesquisadores que analisaram dados sobre o movimento do objeto entre 15 de maio e 23 de setembro de 2025, coletados pelo Minor Planet Center. A análise buscou determinar se 3I/ATLAS se desvia de uma trajetória que seria moldada apenas pela gravidade.
Os resultados mostraram uma limitação bastante reduzida na movimentação do objeto, de apenas 0,028 segundos de arco, com base em 4.022 observações feitas em várias partes do mundo. Essa pequena variação sugere que a aceleração não gravitacional de 3I/ATLAS é menor que 15 metros por dia ao quadrado. Além disso, um estudo feito com dados do Telescópio Espacial Webb em 6 de agosto de 2025 permitiu inferir que o objeto deve ter uma massa superior a 33 bilhões de toneladas e um núcleo com diâmetro maior que 5 quilômetros.
Esse tamanho é entre 3 e 5 ordens de magnitude maior que os outros dois objetos interestelares conhecidos, 1I/`Oumuamua e 2I/Borisov. Surpreendentemente, considerando a escassez de elementos pesados no espaço, os cientistas estimam que deveríamos ter identificado cerca de cem mil objetos interestelares nesse tamanho antes de encontrar 3I/ATLAS, mas até agora só haviam sido detectados dois.
Os pesquisadores compararam a posição do 3I/ATLAS no céu, usando dados astrométricos de mais de 200 locais de observação ao redor do mundo, com a trajetória esperada baseada na gravidade. Essa comparação forneceu dados que descartaram a possibilidade de um desvio significativo na posição esperada do objeto no céu.
Imagens de alta resolução, obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble em julho de 2025, mostraram que o 3I/ATLAS apresenta uma estrutura em forma de cauda, que se desenvolveu durante a observação. A imagem revelou que havia uma exaustão de materiais de sua superfície, o que indica que não está se movendo de forma a ser afetado pela radiação solar.
A partir dos dados coletados, conclui-se que a 3I/ATLAS não está se movendo de forma que sugira uma aceleração significativa. Os dados do Telescópio Webb indicaram uma taxa de perda de massa de 150 quilos por segundo e uma velocidade de exaustão de 440 metros por segundo. Com esses parâmetros, os cientistas chegaram à conclusão de que a massa do 3I/ATLAS deve, de fato, ser maior que 33 bilhões de toneladas.
A aproximação do 3I/ATLAS com Marte em 3 de outubro de 2025 permitirá que a câmera HiRISE do Mars Reconnaissance Orbiter obtenha imagens em resolução de 30 quilômetros, o que ajudará a determinar melhor a área da superfície do núcleo do objeto. Outra oportunidade de obter mais informações ocorrerá em 16 de março de 2026, quando o 3I/ATLAS se aproximará da sonda Juno, próxima a Júpiter.
Os pesquisadores destacam que, se o diâmetro do núcleo do 3I/ATLAS for confirmado maior que 5 quilômetros, isso levantaria questões sobre sua origem, considerando que a detecção de materiais típicos de asteroides ou cometas poderia não se aplicar ao objeto. Assim, a possibilidade de que o 3I/ATLAS seja um artefato tecnológico não pode ser descartada, especialmente por sua trajetória e composição incomuns.
Um achado futuro que revele uma manobra significativa do 3I/ATLAS poderia indicar que o objeto é propulsionado por alguma tecnologia avançada. A natureza desse corpo celeste, se de origem natural ou artificial, ainda gera muitas perguntas. Novos dados devem surgir nas próximas semanas, fornecendo mais clareza sobre esse intrigante objeto interestelar.