O Senado dos Estados Unidos aprovou, na noite de segunda-feira (10), um acordo que encerra a mais prolongada paralisação do governo federal na história do país. Com 60 votos a favor e 40 contra, o texto agora aguarda a confirmação da Câmara dos Representantes antes de ser enviado para a assinatura do presidente Donald Trump.
O impasse, que começou em 1º de outubro, durou mais de 40 dias e causou impactos econômicos significativos, além de desgaste político para a administração. Conforme dados do site RealClearPolitics, a desaprovação de Trump aumentou de 53% para 54% durante esse período, acentuando assim a diferença em relação à sua aprovação.
O pacto foi negociado no domingo, diante da pressão de ambos os partidos para pôr fim ao shutdown. Senadores democratas que apoiaram o acordo afirmaram ter recebido promessas dos republicanos para votar a prorrogação dos subsídios de saúde, que expiram ainda neste ano, juntamente com a limitação das demissões no serviço público federal.
A proposta, no entanto, gerou controvérsia interna. Parte da bancada democrata criticou o acordo, argumentando que ele foi feito sem garantias sólidas. O prefeito eleito de Nova York, Zohran Mamdani, expressou suas preocupações em uma postagem no X, afirmando que “este ‘acordo’ eleva drasticamente os prêmios de saúde e agrava a crise de acessibilidade. Deve ser rejeitado”.
O término da paralisação trouxe um alívio ao mercado financeiro. Após registrar a pior semana em um mês, o índice S&P 500 subiu 1,5%, impulsionado principalmente por ações do setor de tecnologia, enquanto o Nasdaq teve um aumento de 2,3%. Títulos do Tesouro e o índice do dólar, considerados como refúgios seguros, apresentaram queda.
Com a reabertura do governo, Trump procurou reverter sua perda de apoio popular. Em suas redes sociais, renovou a promessa de distribuir US$ 2.000 a cidadãos de baixa e média renda, com financiamento proveniente das tarifas comerciais.
Na Câmara dos Representantes, o presidente da Casa, Mike Johnson, indicou que pretende realizar a votação do texto ainda nesta semana. “Temos que fazer isso o mais rápido possível. Já durou demais, muitas pessoas estão sofrendo”, declarou a jornalistas.
O deputado republicano Mike Lawler expressou o sentimento de muitos no Congresso: “O governo está reabrindo após mais de 40 dias, algo que nunca deveria ter acontecido”.



