O Grande Prêmio de Abu Dhabi pode marcar a despedida de Helmut Marko como conselheiro da Red Bull na Fórmula 1. A especulação sobre sua saída já circulava no circuito de Yas Marina antes de uma reunião da cúpula da Red Bull na segunda-feira, que confirmou a aposentadoria de Marko, oficializada na terça-feira. Com 82 anos, ele deixa um legado de mais de 20 anos na equipe.
A Red Bull, por sua vez, está adotando uma nova estratégia, buscando maior controle sobre suas operações na Fórmula 1. Essa mudança na estrutura tem sido gradual e está ligada a disputas internas por poder, especialmente relacionadas a Christian Horner, chefe da equipe. Essa nova abordagem visa criar uma atmosfera mais estável para as duas equipes da Red Bull na F1.
Recentemente, a Red Bull também anunciou a troca do chefe de relações públicas, que veio da sede na Áustria, substituindo Paul Smith, que deixou o cargo. Essa mudança reflete a nova direção que a equipe está tomando.
Além disso, a saída de Marko também está conectada a questões sobre a nomeação de pilotos. Como responsável pelo programa de formação, Marko teve influência significativa nesse processo, mas houve desentendimentos recentes. Por exemplo, o piloto Alex Dunne teve sua parceria com a McLaren encerrada por falta de perspectiva, e enquanto Marko apoiou sua inclusão na Red Bull, a cúpula não concordou.
Marko era conhecido por sua franqueza, uma característica rara em um ambiente controlado pelas relações públicas. Isso o tornava uma figura acessível e interessante para a imprensa e fãs, mas suas declarações nem sempre eram bem recebidas dentro da equipe. Recentemente, por exemplo, ele gerou polêmica ao comentar sobre uma situação envolvendo pilotos durante uma corrida no Catar, levando a Red Bull a emitir um pedido de desculpas.
A saída de Marko levanta questões sobre o futuro da Red Bull, especialmente em relação ao piloto Max Verstappen. Marko foi fundamental para a ascensão de Verstappen, que, em diversas ocasiões, defendeu a permanência de Marko na equipe. Com a nova direção, a Red Bull reafirmou seu compromisso com Verstappen, destacando sua importância para o desempenho da equipe.
Verstappen, por sua vez, expressou satisfação com o ambiente atual da equipe, afirmando que se sente melhor agora do que no ano anterior, apesar de não ter conquistado o título mundial neste período. No entanto, ele demonstrou preocupação com a direção que a equipe pode tomar, especialmente em relação à competitividade e às regras da Fórmula 1 que entrarão em vigor em 2026.
Com a aposentadoria de Marko, questões sobre a estrutura da academia de pilotos e a liderança na Red Bull surgem. A equipe ainda depende do desempenho de seu carro e do motor que desenvolverá em parceria com a Ford. A gestão da equipe deverá se adaptar, e mudanças são esperadas para garantir uma liderança que funcione de forma sustentável no futuro.
Durante sua trajetória na Red Bull, Marko colecionou oito títulos de pilotos, seis de construtores e 130 vitórias, destacando-se como uma figura crucial na equipe, especialmente com os sucessos de Sebastian Vettel e Max Verstappen. Sua aposentadoria sinaliza o fim de uma era, e a Red Bull terá desafios pela frente na construção de uma nova estrutura sem sua influência.



