O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se encontra no centro de uma controvérsia relacionada ao Banco Master, que foi liquidado pelo Banco Central devido a suspeitas de fraudes. O ministro confirmou ter se reunido com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mas afirmou que o encontro teve como foco apenas os efeitos da aplicação da Lei Magnitsky, que pode resultar em sanções financeiras. No entanto, um relatório revelou que Moraes fez quatro contatos com Campos Neto com o intuito de facilitar a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB).
Esses contatos incluem pelo menos três ligações telefônicas e um encontro presencial. Exames a revelações da colunista Malu Gaspar indicam que Moraes intercedeu para obter a aprovação de uma negociação que havia sido anunciada em março, mas que aguardava autorização do Banco Central.
Além disso, a mulher de Moraes, a advogada Viviane Barci de Moraes, recebeu R$ 129 milhões para defender o Banco Master durante esse processo. Moraes também mencionou ter discutido o impacto da Lei Magnitsky com dirigentes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e de grandes instituições financeiras do país, argumentando a respeito da continuidade de serviços bancários, como movimentação de contas e uso de cartões.
Enquanto isso, no Congresso, há um movimento por parte de alguns parlamentares para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar Moraes. O senador Alessandro Vieira, do MDB, afirmou que buscará coletar assinaturas necessárias para a abertura da CPI assim que o recesso parlamentar terminar. A senadora Damares Alves, do Republicanos, já protocolou uma queixa-crime na Procuradoria-Geral da República, sugerindo um pedido de impeachment e um convite para Moraes se explicar em uma comissão do Senado, alegando que ele pode ter cometido o crime de advocacia administrativa.
O cenário se agrava com a revelação de que Moraes insistiu na aprovação da compra do Banco Master, mesmo após a descoberta de fraudes que envolveram repasses de R$ 12,2 bilhões. Esses desdobramentos indicam um momento crítico na política nacional, com implicações significativas para a responsabilidade e a transparência nas relações entre agentes do governo, instituições financeiras e o próprio sistema judiciário.



