A política fiscal do Brasil é vista como um fator favorável à economia paraguaia, segundo uma análise divulgada pelo jornal paraguaio El Nacional. As recentes reformas no sistema tributário brasileiro, em especial a atualização do imposto sobre a renda das pessoas físicas, estão atrativas para investidores e cidadãos brasileiros que buscam se estabelecer no Paraguai.
O governo brasileiro pretende elevar o limite de rendimentos isentos e, em contrapartida, aumentar a tributação sobre as faixas de renda mais alta. Essa nova configuração fiscal, conforme observa a publicação, deve influenciar consideravelmente as decisões de investimento e residência na região.
Dados mostram que, em 2025, um recorde de 22 mil brasileiros solicitou residência no Paraguai. Aumento também foi observado nas exportações sob o Regime de Maquila, que continuaram a crescer, refletindo a entrada significativa de investimentos provenientes do Brasil.
O El Nacional ressalta que o interesse brasileiro no Paraguai gerou repercussão internacional, com o tema sendo abordado pelo The Wall Street Journal, que destacou a crescente presença de empresários brasileiros no país vizinho.
Declarações do subsecretário de Estado de Tributação do Paraguai, Óscar Orué, indicam que não há previsão de aumento de impostos no país até 2028, o que reforça a atratividade do Paraguai em meio às mudanças fiscais no Brasil. Fabio Fustagno, presidente da Câmara de Comércio Paraguai-Brasil, afirma que as condições para a instalação de empresas brasileiras no Paraguai estão favoráveis, especialmente devido à diferença na carga tributária e à disponibilidade de mão de obra local.
A análise do El Nacional também aponta para o bom desempenho do regime de maquila, com exportações que ultrapassaram USD 1 bilhão até o final de novembro de 2025, sendo 64% do total absorvido pelo Brasil. Esse crescimento de 15% em relação ao ano anterior, equivalente a um aumento de USD 117 milhões, reforça a visão de que as decisões fiscais do Brasil podem impactar diretamente economias vizinhas, afetando investimentos, comércio e a criação de empregos no Paraguai.


