Em dezembro, o Índice de Confiança da Indústria (ICI), calculado pelo FGV/Ibre, registrou um aumento de 3,8 pontos, atingindo 92,9 pontos. A tendência de recuperação também se refletiu na média móvel trimestral, que avançou 0,8 pontos, alcançando 90,6 pontos.
Apesar da melhora registrada, o economista do FGV/Ibre, Stéfano Pacini, advertiu que é prematuro concluir que isso representa uma mudança significativa no pessimismo da indústria. “O crescimento é uma compensação após uma série de meses negativos. As empresas estão ajustando seus níveis de estoques em resposta a uma demanda momentaneamente melhorada”, explicou.
Pacini destacou que, sob a perspectiva dos diferentes segmentos, as expectativas sobre os negócios ainda não são otimistas, embora tenham melhorado em comparação aos resultados anteriores. “O cenário macroeconômico continua desafiador, com uma política monetária contracionista e a previsão de desaceleração das atividades”, acrescentou.
De acordo com a Sondagem, a confiança cresceu em 13 dos 19 segmentos industriais analisados. Esse aumento reflete melhorias tanto nas avaliações da situação atual quanto nas expectativas para os próximos meses.
O Índice Situação Atual (ISA) subiu 2,8 pontos, totalizando 92,4 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) avançou 4,6 pontos, alcançando 93,4 pontos.
Entre os componentes do ISA, o indicador que mede o nível atual de demanda foi o mais influente, registrando um aumento de 3,1 pontos, para 96,5 pontos. Ao mesmo tempo, o indicador referente à situação atual dos negócios subiu 2,5 pontos, para 90,4 pontos, enquanto o indicador que mensura o nível de estoques caiu 2,5 pontos, para 109,1 pontos. Um resultado acima de 100 pontos indica que a indústria possui estoques excessivos.
No que diz respeito às expectativas, todos os componentes mostraram melhora. O indicador de produção prevista aumentou 12,2 pontos, chegando a 97,0 pontos. O otimismo sobre a evolução dos negócios nos próximos seis meses subiu 1,1 ponto, alcançando 89,8 pontos. O indicador das expectativas de emprego incrementou 0,4 ponto, totalizando 93,8 pontos.
Além disso, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (NUCI) registrou estabilidade relativa, com uma leve queda de 0,1 ponto percentual em dezembro, situando-se em 79,6%, o que representa o pior índice desde abril de 2021, quando atingiu 79,2%.



