Mais da metade dos militares ativos das Forças Armadas do Brasil deixará de pagar Imposto de Renda a partir do próximo ano. Essa mudança deriva da ampliação da faixa de isenção para aqueles que recebem até R$ 5 mil mensais, uma medida sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em novembro.
De acordo com dados do Portal da Transparência, cerca de 192 mil militares, que incluem membros da Marinha, Exército e Aeronáutica, se encaixam nesse novo limite de isenção. Esse número representa 54,97% do total de militares em atividade, que deixarão de contribuir com o Imposto de Renda.
Além disso, quase metade dos pensionistas militares, algo em torno de 96 mil pessoas, também será beneficiada pela isenção do imposto. Com as novas regras, a economia anual para esses militares pode variar entre R$ 184,28 e R$ 4.067,57, dependendo do número de dependentes e das deduções aplicáveis.
Essa isenção pode ajudar a aliviar as pressões por aumentos salariais dentro das Forças Armadas. O último reajuste salarial foi de 9%, dividido em duas parcelas, com a primeira a ser paga em abril de 2025 e a segunda em janeiro do ano que vem, que ficou aquém das expectativas da categoria.
Além da ampliação da isenção, o governo federal tem adotado outras medidas que visam beneficiar os militares. Uma das iniciativas foi a aprovação de uma lei complementar que permite ao governo deixar até R$ 30 bilhões fora do limite de gastos públicos, especificamente para investimentos na defesa. Com isso, o Exército Brasileiro planeja aumentar sua capacidade de investimento, reorganizando sua lista de projetos estratégicos.
A expectativa é que o orçamento do Exército, que tem variado entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,4 bilhão anualmente, no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), aumente para R$ 3 bilhões por ano entre 2026 e 2031. Esse período é considerado pela alta cúpula do Exército uma oportunidade valiosa para acelerar a implementação de programas essenciais, como o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que é crucial no combate ao narcotráfico e ao contrabando.
A Marinha e a Aeronáutica também estão em processo de modernização, com planos para novos submarinos e aeronaves, fortalecendo ainda mais a capacidade das Forças Armadas brasileiras.



