Rafael Perez, economista da Suno Research, informou que a taxa de desemprego no Brasil, referente ao trimestre encerrado em agosto de 2025, permanece em 5,6%. Este índice está alinhado com as expectativas do mercado e representa uma redução de 1,0 ponto percentual em comparação ao mesmo período de 2024, marcando o menor nível desde o início da série histórica. Segundo Perez, há uma leve alta na série com ajuste sazonal, passando de 5,6% em julho para 5,7% em agosto.
O relatório aponta que o mercado de trabalho continua robusto, com diversos indicadores atingindo novas marcas. A população ocupada manteve-se em 102,4 milhões de pessoas em relação ao mês anterior, apresentando um avanço de 1,8% em relação a agosto de 2024. O número de trabalhadores com carteira assinada permanece em 39,1 milhões, enquanto o emprego informal registrou crescimento, contribuindo para um total de 52,6 milhões de trabalhadores no setor privado, um recorde.
Além disso, a massa de rendimentos atingiu R$ 352,6 bilhões, e o rendimento real habitual alcançou R$ 3.488, ambos em níveis históricos. O aumento do emprego formal, do setor público e do trabalho autônomo, que juntos geraram cerca de 1,84 milhão de vagas em 2025, tem sido crucial para impulsionar a renda.
No entanto, Perez ressalta que os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) referentes a agosto revelam uma desaceleração na criação de vagas formais, o que representa o menor resultado para o mês desde 2020. No acumulado do ano, foram abertas 1,5 milhão de novas posições, o que significa uma diminuição de 13,5% na comparação anual. Esses números sugerem uma perda de dinâmica no mercado de trabalho, refletindo os efeitos defasados das políticas monetárias.
“Diante desse cenário, é provável que a taxa de desemprego se estabilize em níveis semelhantes até o final do ano”, afirma o economista. Ele destaca que o mercado de trabalho brasileiro vive uma fase de combinação rara: desemprego em mínimas históricas, salários em ascensão e formalização em níveis elevados. Este ambiente tem sido vital para atenuar a desaceleração econômica e mitigar os impactos dos juros altos, representando um desafio constante para o Banco Central.