A pesquisa recém-divulgada revela que aproximadamente 23 milhões de brasileiros participaram de apostas em plataformas online durante 2024, representando 15% da população com mais de 16 anos. Em comparação, a porcentagem em 2023 era de 14%. A pesquisa, realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Datafolha, indica que quase metade dos apostadores (48%) enfrenta dificuldades financeiras e 4 milhões (ou 16%) consideram as apostas como uma forma de investimento.
Os dados mostram que dois terços dos apostadores são do gênero masculino. A análise por faixa etária revela que 25% pertencem à geração Z (16 a 28 anos), 21% são millennials (29 a 43 anos), 6% são da geração X (44 a 63 anos) e apenas 2% são baby boomers (acima de 64 anos).
Cerca de 35% dos entrevistados utilizam os aplicativos de apostas uma ou mais vezes por semana, enquanto 46% apostam de forma esporádica. Aqueles que apostam com mais frequência gastam, em média, R$ 216 por mês, enquanto os que utilizam os aplicativos raramente têm um gasto médio de R$ 102.
Entre os apostadores, as estatísticas incluem:
- 12% não possuem reservas financeiras, apostando em média R$ 236 ao mês;
- 16% economizam e não investem, com um gasto médio de R$ 184;
- 11% investem na poupança, apostando R$ 144 mensalmente;
- 24% possuem investimentos diversificados e consideram uma média de R$ 241 em apostas.
A pesquisa indica que apostadores sem reservas financeiras ou apenas com investimentos em poupança buscam retornos rápidos, visando principalmente ganhos inmediatos, enquanto aqueles com investimentos diversificados veem as apostas como uma forma de entretenimento.
A sondagem também introduz um índice de tendência ao vício em apostas. Para isso, os entrevistados responderam a seis perguntas sobre seus hábitos. O resultado aponta que 10% dos apostadores possuem características que os colocariam em risco de desenvolver um vício, totalizando cerca de 3 milhões de indivíduos. Dentre esses, a média de idade é de 33 anos, com 21% considerando as apostas como uma forma de investimento e gastando, em média, R$ 683,64 por mês.
Por outro lado, 59% dos apostadores estão classificados no nível mais baixo de tendência ao risco, indicando uma preocupação em relação ao comportamento compulsivo em relação às apostas. Esses dados são autoavaliativos, refletindo a percepção individual dos apostadores sobre seus comportamentos.
Além disso, a pesquisa revelou que 52% dos apostadores tentam recuperar perdas com novas apostas. Aproximadamente 30% admitem gastar mais do que podem perder e 10% já recorreram a empréstimos ou venderam bens para continuar apostando.
A pesquisa foi realizada com 5.846 pessoas maiores de 16 anos, abrangendo as classes A/B, C e D/E, em todas as cinco regiões do Brasil. A coleta de dados ocorreu entre 4 e 22 de novembro de 2024, e a amostragem reflete uma população estimada de 160 milhões de habitantes, conforme o Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A margem de erro é de 1 ponto percentual para mais ou para menos.