As ações da Braskem (BRKM5) apresentam uma queda significativa nesta sexta-feira, 26 de outubro, com recuo de 13,59%, cotadas a R$ 7,12, e alcançando a mínima intradia de R$ 7,07, o menor valor desde março de 2015. O movimento vem após a petroquímica anunciar a contratação de consultores financeiros e jurídicos para reavaliar sua estrutura de capital.
A companhia destacou que a iniciativa tem como objetivo elaborar um diagnóstico sobre alternativas econômico-financeiras que busquem a otimização de sua estrutura, em um contexto de ciclo de baixa no mercado global petroquímico, que, segundo a própria Braskem, deve persistir por vários anos.
De acordo com o JPMorgan, essa decisão reflete a fragilidade do setor, caracterizada por um excesso de oferta e uma alta alavancagem de cerca de 10,5 vezes, além de incertezas relacionadas a medidas como o PRESIQ e os riscos ainda pendentes na região de Alagoas.
Os investidores estão interpretando o anúncio como um indicativo de um possível processo formal de reestruturação. No entanto, o JPMorgan ressalta que uma negociação fora do judiciário ainda é viável, destacando que a dívida garantida da Braskem poderia ser uma vantagem nesse cenário.
Por sua vez, o Bradesco BBI comentou que “não existe solução mágica para a recuperação da Braskem”. A revisão da estrutura de capital é apenas uma das múltiplas ações possíveis, que incluem aprovações de projetos como o PRESIQ, cortes de custos, venda de ativos e renegociações de contratos de matérias-primas, além de uma possível emissão de ações.
Os desafios enfrentados pela Braskem ficam evidentes, especialmente diante do aperto nas margens do setor petroquímico. Tarifas de importação mais altas e a aprovação do REIQ/PRESIQ se tornam essenciais para evitar um consumo de caixa insustentável no futuro, conforme avaliam analistas do UBS BB.
Em decorrência das condições atuais, o UBS BB rebaixou sua recomendação para as ações da Braskem de “compra” para “neutro”, reduzindo também o preço-alvo de R$ 15 para R$ 10.
(Com informações da Reuters)