O fluxo de capital estrangeiro na Bolsa brasileira apresentou um crescimento expressivo em setembro. Até a última sexta-feira, 26 de setembro, investidores internacionais injetaram R$ 4,8 bilhões no mercado acionário local, conforme dados do Itaú BBA. Somente na semana passada, o saldo líquido foi de R$ 2,9 bilhões. No acumulado de 2023, o aporte total chegou a R$ 26 bilhões.
Esse movimento contrasta com a atuação dos investidores institucionais brasileiros, que venderam R$ 1,9 bilhão em ações na mesma semana. Os fundos de ações continuam enfrentando dificuldades, registrando um resgate líquido de R$ 2 bilhões em setembro. Os fundos multimercado também enfrentaram saídas, com uma retirada de R$ 1,9 bilhão. No total do ano, os resgates somam R$ 41,4 bilhões para os fundos de ações e R$ 69,7 bilhões para os multimercados.
A alta nos aportes estrangeiros acompanhou a valorização do real, reforçando a ideia de que a apreciação da moeda está relacionada ao fluxo de investimento. Até a sexta-feira mencionada, o dólar sofreu uma desvalorização de cerca de 1,5%. No entanto, especialistas alertam que o montante de investimento estrangeiro, comparado ao perfil global, ainda é considerado modesto.
Desempenho Setorial
Analisando o desempenho setorial, grandes empresas se destacaram na última semana, especialmente os setores de petróleo e gás, bens de capital e transporte. A Eletrobras (ELET6) foi um dos principais responsáveis pela alta do Ibovespa, contribuindo com quase 19% do índice até a semana anterior. Em contraste, ações dos setores de saúde, financeiras não bancárias e consumo/varejo apresentaram as maiores quedas.
Segundo o Itaú BBA, as carteiras defensivas, que incluem ações com estabilidade de fluxo de caixa, empresas de “bond proxies” e baixa volatilidade, foram as mais valorizadas. Por outro lado, ações de alto risco, especialmente no setor agro e aquelas com maior concentração de operações de “short”, tiveram desempenho inferior.