A comparação entre investimentos em imóveis diretos e fundos imobiliários foi o foco do recente episódio do Liga de FIIs, veiculado nesta quarta-feira, às 18h. O programa discutiu as vantagens e desafios de cada abordagem, incluindo a gestão de ativos, rentabilidade e praticidade.
Felipe Ribeiro, gestor de fundos imobiliários da Rio Bravo, apontou que a maior vantagem dos FIIs em relação aos imóveis é a acessibilidade. “Atualmente, é possível investir no mercado imobiliário com menos de R$ 100 — em alguns casos, até com R$ 10,” frisou. Essa acessibilidade permite diversificação de investimentos em setores como corporativo, logístico e fundos de papel, o que ajuda a mitigar riscos. Ribeiro destacou também a eficiência tributária dos FIIs, que são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas.
Outro aspecto relevante é a assistência profissional que os fundos oferecem. “Nem todos têm tempo para gerenciar um imóvel. Ao investir em um fundo, você tem uma equipe especializada cuidando das operações de compra, venda e locação”, explicou Ribeiro. No entanto, ele reconheceu que a falta de controle direto pode ser uma desvantagem, pois alguns investidores preferem escolher pessoalmente seus inquilinos. Além disso, a volatilidade das cotas no mercado secundário pode ser desconfortável para aqueles não acostumados com flutuações de valor.
Na rua de casa ou na B3?
Marcos Baroni, responsável pela análise de fundos imobiliários da Suno e apresentador do Liga de FIIs, enfatizou que a escolha entre os dois tipos de investimento vai além dos cálculos de rentabilidade, envolvendo o perfil e a percepção de risco do investidor. “A decisão não está apenas nos números, mas na relação emocional que a pessoa tem com o imóvel”, esclareceu.
O especialista também alertou que o valor dos FIIs nem sempre reflete a economia real, sendo influenciado por fatores como taxas de juros e decisões estratégicas das gestoras que adotam uma gestão ativa. Baroni destacou o comportamento de investidores que optam pela inatividade: “Muitos compram um imóvel, alugam e esquecem. Isso pode levar à deterioração do imóvel e à falta de retorno, diferente do que ocorre com os fundos, que exigem acompanhamento e ajuste de ativos”.
Ele também enfatizou a importância de ter carteiras diversificadas, incluindo fundos de papel que oferecem rentabilidade ajustada pela inflação, e ressaltou a necessidade de monitorar os gastos mensais. “Se suas despesas são de R$ 5 mil, é crucial que sua carteira gere uma renda passiva superior a esse valor”, advertiu Baroni.
A importância de reinvestir os dividendos
Os especialistas defenderam também a relevância do reinvestimento dos dividendos na construção de patrimônio a longo prazo. “Reinvestir entre 25% e 30% dos rendimentos pode ajudar a proteger seu poder de compra da inflação ao longo do tempo — especialmente se a carteira for revisada anualmente”, disse Baroni.
Esses e outros temas sobre fundos imobiliários são discutidos semanalmente no Liga de FIIs, programa do InfoMoney que vai ao ar todas as quartas-feiras, às 18h, no YouTube. A nova temporada já contou com a participação de gestores renomados de instituições como RBR Asset, Patria Investimentos, Inter Asset e Kinea Investimentos, sob a condução de Marcos Baroni e Marx Gonçalves, heads de fundos imobiliários da Suno Research e da XP, respectivamente.