Na agenda econômica do Brasil nesta segunda-feira, 28 de abril, a divulgação do índice de confiança da indústria está marcada para as 8h, seguida pela publicação da pesquisa Focus semanal às 8h25. Esta pesquisa fornece previsões de mercado sobre o dólar, taxa Selic, inflação e Produto Interno Bruto (PIB). Às 8h30, será apresentado o número de transações correntes de março, que reflete o saldo das trocas internacionais do país, incluindo a balança comercial e fluxos de investimentos.
A temporada de balanços referente ao primeiro trimestre de 2025 prossegue com a apresentação dos resultados financeiros da Gerdau (GGBR4), prevista para o final do dia, após o fechamento do mercado. Analogamente, empresas como Iguatemi (IGTI11), Isa (ISAE4), Marcopolo (POMO4) e WEG (WEGE3) também devem divulgar seus resultados durante a semana.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já de volta ao Brasil após o funeral do Papa Francisco, terá um dia de compromissos. Às 9h, ele se reunirá com o Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e o Secretário de Imprensa Laércio Portela. À tarde, o presidente encontrará o Secretário Especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza, seguido pela Cerimônia de Assinatura de Contratos de Concessão de Rodovias do Paraná, programada para as 15h. No final do dia, Lula se reunirá com o Ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo.
Por sua vez, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será um dos palestrantes no J. Safra Macro Day, evento promovido pelo Banco J. Safra em São Paulo, às 9h, e na sequência participará do lançamento do 2º Leilão Eco Invest, focado na recuperação de terras degradadas.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, também fará parte do evento J. Safra Macro Day e, durante a tarde, tem compromissos agendados com a imprensa.
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Brasil
- 8h – Divulgação do índice de confiança da indústria (abril)
- 8h25 – Publicação da pesquisa Focus (semanal)
- 8h30 – Resultados das transações correntes (março)
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INTERNACIONAL
Riqueza
Em entrevista à revista Time, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que países como Brasil, China e Índia se desenvolveram ao impor tarifas sobre importações. Ele defendeu essa política como vital para a sobrevivência econômica das nações e afirmou que manter tarifas elevadas poderia gerar receitas significativas e incentivar o retorno de empresas para os EUA.
“Não faz sentido”
Especialistas responderam de maneira crítica às afirmações de Trump, indicando que a alegação de que o Brasil se enriqueceu por meio de tarifas não se sustenta. Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, explicou que o Imposto de Importação representa menos de 2% da receita federal brasileira. Em 2024, essa arrecadação foi insignificante em comparação ao total de R$ 2,43 trilhões. Economistas também ressaltaram que o Brasil possui déficit comercial com os EUA, importando mais do que exporta.
Em troca
Trump indicou que os Estados Unidos só retirariam tarifas impostas à China mediante concessões. O ex-presidente sublinhou a disposição para negociar e mencionou o desejo de uma “abertura da China” como uma conquista significativa. Durante a viagem, Trump reafirmou que o Irã não deve adquirir armas nucleares e considerou as negociações com Teerã como positivas.
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Tchau, EUA
Desde março, investidores estrangeiros venderam aproximadamente US$ 63 bilhões em ações nos EUA, conforme dados do Goldman Sachs. Os europeus lideraram essa tendência de vendas, enquanto investidores de outras regiões mantiveram a compra de ações. Mesmo com uma participação recorde de 18% no mercado acionário americano em 2025, essas vendas representam um risco para as avaliações. Historicamente, episódios similares tiveram consequências distintas, mas muitos resultados mostraram que o mercado continuou em alta.
ECONOMIA
Bons resultados
A temporada de resultados do 1º trimestre de 2025 começou positiva para as empresas listadas no Brasil. Segundo relatório do Itaú BBA, espera-se um crescimento de 36,8% nos lucros comparado ao mesmo período de 2024, principalmente impulsionado pelo setor de commodities. Excluindo essas empresas, o crescimento projetado é de 17,2%. As receitas devem subir 12,8% e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) pode aumentar 6,7%. Os setores de construção civil, bens de capital, bancos e utilities são os mais favorecidos nas projeções.
Novo público
O Ministério das Cidades anunciou a atualização do programa Minha Casa, Minha Vida, incluindo uma nova faixa para a classe média. Publicada na última sexta-feira, a medida permite que famílias com renda mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil financiem imóveis de até R$ 500 mil. O prazo para pagamento é de até 35 anos, com taxa de juros anual de 10%. Anteriormente, o valor máximo dos imóveis era de R$ 350 mil. As faixas anteriores também tiveram seus limites alterados, assim como famílias rurais com renda bruta anual de até R$ 150 mil que agora também poderão ser beneficiadas.
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Valores de volta
O Ministério da Previdência informou que aposentados e pensionistas que tiveram descontos indevidos em mensalidades associativas receberão os valores de volta a partir da folha de pagamento de maio. Além disso, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciou o cancelamento de todos os descontos mensais. Uma força-tarefa foi criada pelo governo para restituir valores desviados de aposentados entre 2019 e 2024.
Em alta
A Caixa Econômica Federal superou R$ 900 milhões em contratações do novo crédito consignado privado desde 21 de março, atendendo mais de 77 mil clientes com taxa média de 2,5% ao mês. Inicialmente disponível apenas pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, agora também pode ser contratado nos canais das instituições financeiras. A partir de 6 de maio, o crédito consignado poderá ser utilizado para quitar dívidas em outros bancos.
Conta de luz
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que em maio a bandeira tarifária será amarela, implicando uma cobrança extra de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. A mudança, que ocorre após cinco meses com bandeira verde, é motivada pela diminuição das chuvas e a consequente necessidade de utilizar termelétricas, o que encarece a geração de energia.
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Aumento
O governo federal aumentou o teto de juros para empréstimos do programa Acredita no Primeiro Passo, destinado a pequenos empreendedores inscritos no CadÚnico. A nova regra permite que instituições financeiras cobrem taxa prefixada anual igual à Selic (14,25%) mais até 2%. Anteriormente, o limite era de 6% ao ano mais o IPCA (5,48%). Desde outubro de 2023, o programa já contratou R$ 623,3 milhões, beneficiando 68,4 mil pessoas.
POLÍTICA
Possível nova presidente do INSS
O Palácio do Planalto manifesta apoio à nomeação de Débora Floriano, atual diretora de Operações e Logística do INSS, para a presidência do instituto. Floriano, que assumiu o cargo interinamente na quinta-feira (24), é considerada qualificada e possui especialização em direito e processo do trabalho. Contudo, há pressão política para que um nome mais conhecido seja escolhido, visando demonstrar que o partido está lidando com os problemas internos do INSS, após a saída de Alessandro Stefanutto devido à Operação Sem Desconto.
CPI do INSS
O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) está coletando assinaturas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre as fraudes no INSS que resultaram na demissão do presidente do Instituto, Alessandro Stefanutto, e no afastamento de cinco servidores públicos. Até o momento, o deputado já obteve mais de 100 das 171 assinaturas necessárias. O esquema de fraudes, iniciado em 2016, pode ter gerado perdas de até R$ 6,3 bilhões e envolve também 11 sindicatos. Em resposta, o líder do PT, Lindbergh Farias, minimizou a questão, destacando as ações do governo em investigação colaborativa com a Polícia Federal.
Collor expulso
Após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, o Partido da Renovação Democrática (PRD) anunciou seu desligamento. A decisão judicial foi rebatida pela filiação de Collor, que foi registrada apenas após o julgamento, e o cancelamento se baseou no artigo 15 da Constituição, que suspende direitos políticos após condenação. Collor enfrenta uma pena de 8 anos e 10 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, relacionada a práticas inadequadas em contratos da BR Distribuidora.
“Vitória da justiça”
O senador Sérgio Moro (União-PR) definiu a prisão de Collor como uma “vitória da lei e da Justiça”. Segundo Moro, a detenção é um desdobramento das operações da Lava Jato, embora tenha questionado a situação de outros condenados em esquemas envolvendo a Petrobras que permanecem soltos.
(Com informações da Reuters)