O Ibovespa avança para a marca de 135 mil pontos, após registrar uma leve queda de 0,02% na mínima intradia de 134.711,10 pontos na última segunda-feira do mês de abril. Este movimento ocorre em meio ao ajuste de posições por parte dos investidores, que se preparam para uma semana repleta de indicadores econômicos e monitoram de perto a situação da guerra tarifária entre os Estados Unidos e a China. As atenções também estão voltadas para as decisões sobre as taxas de juros tanto no Brasil quanto nos EUA.
Segundo Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, a movimentação do índice reflete uma continuidade do desempenho observado desde a semana anterior, quando o principal indicador da B3 apresentou uma recuperação significativa. Essa recuperação é atribuída à rotação de ativos globais, em um cenário de incertezas externas, que favorece a entrada de capital estrangeiro em mercados emergentes, incluindo o Brasil.
“Há também uma percepção crescente de que o fim do ciclo de alta da Selic está próximo, o que beneficia ações cíclicas que estavam consideravelmente subvalorizadas”, afirmou Sene.
A volatilidade marca o cenário tanto no Brasil quanto em Nova York. Matheus Pizzani, economista da CM Capital, destacou que a semana traz divulgações importantes de dados econômicos, combinada com o feriado de 1º de maio, que pode impactar a liquidez do mercado. “A incerteza em relação à disputa comercial global continua sendo um fator chave, especialmente com a expectativa dos resultados do PIB e do PCE nos Estados Unidos”, comentou Pizzani.
Os dados que serão publicados ao longo da semana são esperados com atenção pelos investidores, pois acontecem a poucos dias das decisões de política monetária no Brasil e nos EUA. Além disso, o setor financeiro brasileiro está prestes a iniciar a temporada de balanços, com o Santander (SANB11) divulgando seus resultados na quarta-feira e a Gerdau (GGBR4) apresentando seu desempenho financeiro após o fechamento do mercado nesta segunda-feira.
O mercado também acompanha as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Galípolo afirmou que o Comitê de Política Monetária (Copom) está preocupado com as expectativas de inflação, que se encontram desancoradas. Ele participou do evento J. Safra Macro Day 2025, realizado em São Paulo.
No mesmo evento, Haddad enfatizou que o ajuste fiscal deve ser uma agenda nacional e não depender apenas de uma pessoa ou governo, argumentando que o Brasil tem condições de realizar as reformas necessárias sem comprometer o crescimento futuro.
O boletim Focus, divulgado nesta manhã, apresentou uma leve redução na projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023, passando de 5,57% para 5,55%, embora ainda acima do teto da meta de 4,50%. A expectativa para a Selic em 2025 permanece em 15,00% ao ano.
De acordo com Pizzani, o Banco Central deverá manter um tom cauteloso em sua comunicação na próxima reunião do Copom, com o intuito de alinhar as expectativas do mercado às suas metas de inflação. “O BC tem mantido uma postura firme em seu compromisso com a convergência da inflação à meta”, avaliou.
Na última sexta-feira, o Ibovespa fechou em alta de 0,12%, atingindo 134.739,28 pontos. Ao longo da semana, o índice acumulou valorização de 3,93%, a maior em um ano e meio. O ganho observado foi impulsionado pela diminuição da aversão ao risco nos mercados devido a sinais de alívio nas tarifas entre China e EUA.
Por volta das 11h27, o Ibovespa registrou alta de 0,61%, alcançando 135.601,78 pontos, e atingindo um pico de 135.609,37 pontos. As ações da Lojas Renner (LREN3) lideraram as altas, com valorização de 4,55%, seguidas pela Azzas (AZZA3) com 3,82%. As ações da Petrobras (PETR4) subiram cerca de 0,40% e as da Vale (VALE3) avançaram 0,30%. A Gerdau obteve um crescimento de 1,76%, mesmo diante de uma queda de 0,49% no minério de ferro em Dalian. O preço do petróleo recuou cerca de 1,00%.
Entre os principais bancos, a maior alta foi de 1,00% na unit do Santander. Em contraste, as ações da Azul (AZUL4) lideraram as perdas, com uma queda de 13,33%.