A MRV (MRVE3) divulgou sua prévia operacional referente ao terceiro trimestre de 2025 (3T25) nesta terça-feira, 7 de novembro. As ações da construtora enfrentaram uma queda de 11,70%, fechando a R$ 6,34 na sessão.
A empresa relatou que tanto as vendas líquidas quanto a geração de caixa foram impactadas pela ausência de transferências de unidades. Alterações nos critérios de pagamento da Caixa Econômica Federal (CEF)—que agora reconhece as vendas apenas após o registro em cartório—e atrasos nos repasses de programas habitacionais estaduais e municipais resultaram em prejuízos de R$ 31 milhões e R$ 93 milhões, respectivamente. Sem essas influências, a empresa estima que poderia ter gerado R$ 123 milhões em caixa.
Nos Estados Unidos, a subsidiária Resia reportou uma leve queima de caixa, totalizando US$ 1,5 milhão.
Avaliação do Desempenho
O Goldman Sachs avaliou os resultados como neutros a levemente negativos. Apesar da redução na queima de caixa neste trimestre, o desempenho não deve afetar significativamente a alavancagem, um ponto crítico para investidores.
O Itaú BBA caracterizou os resultados operacionais do terceiro trimestre como fracos. Embora as vendas tenham se mantido resilientes, com uma velocidade consolidada de 21%, o fluxo de caixa não apresentou melhorias consideráveis. A MRV registrou queima de caixa em todos os seus segmentos, resultado de dificuldades pontuais nas operações brasileiras, como os atrasos nas transferências devido a descontinuidades nos subsídios regionais.
O Bradesco considera a prévia ligeiramente negativa, observando que o fluxo de caixa permanece instável, afetado por constantes ajustes decorrentes das novas regras da Caixa e dos atrasos em programas habitacionais estaduais.
Por outro lado, foi destacado que a geração líquida de caixa proveniente das vendas do portfólio permaneceu estável, o que é um fator positivo.
O BBI comenta que, mesmo com avanços no controle da queima de caixa nas principais operações da MRV no Brasil, os efeitos prolongados dos atrasos nas transferências de recursos estaduais continuam a ser uma preocupação para os investidores. A expectativa é uma melhora consistente no quarto trimestre, especialmente em geração de caixa, lançamentos e vendas.
Segundo o Morgan Stanley, os resultados não atingiram as expectativas, e itens não recorrentes impactaram negativamente a receita, criando uma incerteza sobre o desempenho da MRV. A expectativa é que as ações permaneçam em uma faixa de preço limitada até que sinais de recuperação mais clara sejam observados.
Recomendações de Mercado
Atualmente, a MRV é negociada a 4,3 vezes o preço sobre lucro (P/L) para 2026 e 0,8 vez o preço sobre o valor patrimonial (P/VPA). O BBI reiterou sua recomendação de compra, estabelecendo um preço-alvo de R$ 10.
O Goldman Sachs, Morgan Stanley e Itaú BBA mantiveram recomendações neutras, com preços-alvo de R$ 6,50, R$ 7 e R$ 9, respectivamente.