A Hypera Pharma (HYPE3) registrou um prejuízo líquido de R$ 138,8 milhões nas operações continuadas no primeiro trimestre de 2025, em contraste com o lucro líquido de R$ 391,5 milhões no mesmo período do ano anterior. Esse resultado negativo é um reflexo das mudanças nas operações da empresa, que visam otimizar o capital de giro.
No mesmo intervalo, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das operações continuadas foi de R$ -148,5 milhões, apresentando uma queda acentuada em relação ao Ebitda positivo de R$ 647,8 milhões no primeiro trimestre de 2024. A margem Ebitda ficou negativa em 13,7%, ante uma margem positiva de 35,5% um ano antes.
A companhia atribui essas perdas principalmente ao processo de otimização de capital de giro iniciado em 2024, que resultou na redução da receita bruta, líquida de devoluções e descontos. O objetivo desse movimento foi diminuir os estoques nos clientes e, consequentemente, otimizar os dias de contas a receber. A Hypera também notou uma alteração no mix de produtos vendidos e uma redução na alavancagem operacional, que impactaram negativamente os resultados.
Apesar do desempenho negativo do Ebitda, a Hypera reportou uma melhora no fluxo de caixa operacional, que atingiu R$ 570 milhões no trimestre, um crescimento de 18,9% em relação ao ano anterior. Esse número representa o maior fluxo de caixa da história da empresa em um primeiro trimestre. A redução nas receitas líquidas foi significativa, com um recuo de 40,8%, totalizando R$ 1,080 bilhões em relação ao primeiro trimestre de 2024.
A empresa enfatizou que, mesmo durante o processo de otimização do capital de giro, não houve alteração nas iniciativas principais para apoiar o crescimento sustentável do sell-out. No entanto, isso resultou em um aumento nas despesas com marketing, vendas e administrativas, impactando negativamente no Ebitda e na sua margem correspondente.
No que diz respeito à situação financeira, a Hypera encerrou março de 2025 com uma dívida líquida (após hedge) de R$ 7,493 bilhões, ligeiramente abaixo de R$ 7,501 bilhões no final de 2024. O resultado financeiro negativo foi de R$ 195,2 milhões, um aumento de R$ 10,4 milhões em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior.