O CEO do Santander Brasil, Mario Leão, reconheceu que o ambiente macroeconômico atual apresenta desafios para o portfólio de crédito do banco. Contudo, ele afirmou que essa situação não é alarmante. “Identificamos uma deterioração nas margens de alguns subportfólios, mas isso não afeta a totalidade”, destacou durante uma coletiva de imprensa sobre os resultados do primeiro trimestre de 2025. Leão assegurou que a instituição não está enfrentando uma crise de crédito.
A diminuição das margens foi notada, especialmente na carteira de crédito voltada para o agronegócio, que, segundo Leão, dobrou de tamanho sob sua gestão. “O setor de grãos, em particular, passou por anos mais difíceis, resultando em um desempenho menos robusto no agro nos últimos trimestres. Entretanto, temos uma boa quantidade de garantias nas operações desse segmento”, explicou o executivo.
Além disso, Leão mencionou que o portfólio de médias e grandes empresas também apresenta sinais de deterioração nas margens, embora não seja uma tendência generalizada. “Não é uma questão disseminada”, ressaltou.
O CEO também comentou sobre o aumento no número de recuperações judiciais, que atingiu um recorde no ano passado e continuou a ser significativo no primeiro trimestre de 2025. “Isso é um tipo de deterioração esperado, dada a alta nas taxas de juros. Empresas que estão nesse ciclo mais endividadas conseguem suportar um certo nível, mas não suportam por longos períodos de juros em dois dígitos, além do spread”, acrescentou.
O Santander Brasil reportou um lucro líquido gerencial de R$ 3,861 bilhões no primeiro trimestre de 2025, o que representa um aumento de 27,8% em relação ao mesmo período de 2024 e uma elevação de 0,2% em comparação com o quarto trimestre de 2024. O lucro societário alcançou R$ 3,778 bilhões, refletindo um crescimento de 28,7% ano a ano.