A Rússia e a Ucrânia confirmaram neste sábado a realização da maior troca de prisioneiros desde o início da invasão russa ao território ucraniano. A operação, que envolveu centenas de pessoas, é um marco significativo no conflito.
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou o retorno de 246 militares russos do território controlado por Kiev. Em um gesto considerado como "boa vontade", o governo russo transferiu 31 prisioneiros de guerra ucranianos feridos em troca de 15 soldados russos feridos que necessitavam de atendimento médico urgente.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou que 277 combatentes ucranianos foram libertados das forças russas. Em uma declaração nas redes sociais, ele enfatizou a importância da volta para casa dos membros das Forças Armadas da Ucrânia, da Guarda Nacional, do Serviço Estatal de Transporte Especial e dos guarda-fronteiras, que defenderam localidades estratégicas como Mariupol e regiões de Donetsk, Kherson, Zaporizhzhia e Luhansk. O presidente também agradeceu pela mediação dos Emirados Árabes Unidos nesse processo.
Desde o início das trocas de prisioneiros, 4.552 pessoas, que incluem combatentes e civis, foram libertadas das custódias russas. Este evento ocorre em um momento delicado, uma vez que os Estados Unidos ameaçam interromper as negociações para um cessar-fogo caso não haja progressos significativos.
Em outra frente, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou um cessar-fogo durante o fim de semana de Páscoa. Ele determinou que todas as ações militares fossem suspensas nesse período e expressou a expectativa de que o governo ucraniano seguisse a mesma linha.
Por outro lado, Zelensky criticou a trégua temporária, caracterizando-a como "mais uma tentativa de Putin de brincar com vidas humanas". Ele destacou que, no momento da suposta trégua, alarmes de ataque aéreo soavam em várias regiões da Ucrânia, e drones sobrevoavam o espaço aéreo ucraniano, evidenciando a verdadeira postura de Putin em relação à Páscoa e à vida humana.