A gestora IG4, liderada por Paulo Mattos, comunicou nesta segunda-feira a aquisição de aproximadamente R$ 20 bilhões em créditos de instituições financeiras relacionadas à Braskem. Esta compra foi realizada através de um fundo de investimento em direitos creditórios, conhecido como FDIC.
Os créditos estavam anteriormente em posse de grandes bancos do Brasil, como Itaú Unibanco, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e BNDES. Esses créditos foram dados como garantia pela Novonor, ex-Odebrecht, a esses bancos.
Como parte do acordo entre a IG4 e a Novonor, que atualmente controla uma das maiores petroquímicas do mundo, a Novonor concordou em transferir a totalidade de suas ações ordinárias de controle da Braskem para um fundo de investimento, como parte do pagamento parcial das dívidas detidas pelo FDIC.
Essa movimentação resultará na redução da participação da Novonor na Braskem, que passará a ter apenas 4% do capital, representado por ações preferenciais. Com isso, a Novonor não terá mais direitos de governança sobre a companhia, mantendo apenas as prerrogativas estabelecidas pela Lei das Sociedades por Ações.
A operação foi estruturada com a liberação consensual das alienações fiduciárias que estavam sobre as ações da Braskem, e prevê um período de exclusividade de 60 dias para a elaboração da documentação definitiva. A conclusão da transação está sujeita à aprovação do Presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Após a aprovação da operação, um novo acordo de acionistas será firmado entre o fundo de investimento e a Petrobras, que terá um papel de cocontrole na Braskem. A Novonor não fará parte desse novo acordo de acionistas.
A equipe de gestão atual da Braskem, assim como seus consultores, permanecerão os mesmos, garantindo a continuidade das operações da empresa. Além disso, a Braskem já está se preparando para implementar um plano abrangente de recuperação e criação de valor a longo prazo, que será colocado em prática após a finalização da transação e a formalização do novo acordo de acionistas com a Petrobras.


