O ex-jogador Vitor Hugo Manique de Jesus é o novo proprietário do Monsoon, clube de futebol que enfrenta dificuldades financeiras. Vitor Hugo assumiu a direção do time há apenas dois meses e, desde então, vem trabalhando para recuperar a imagem e a saúde financeira da equipe. Ele recebeu a equipe de reportagem em um campo de treino em Capão da Canoa, onde o clube se prepara para competir no Gauchão de 2026.
O novo CEO criticou a administração anterior, destacando que o ex-mecenas indiano Sumant Sharma, que esteve à frente do Monsoon entre 2021 e 2024, investiu aproximadamente 5 milhões de dólares, o que equivale a cerca de 27 milhões de reais. Apesar desse investimento significativo, Vitor Hugo afirma que, ao adquirir o clube, encontrou apenas um número de CNPJ e uma dívida que supera 7 milhões de reais.
Em sua entrevista, Vitor Hugo se comprometeu a quitar todas as dívidas trabalhistas dos jogadores e da comissão técnica, embora não tenha apresentado um cronograma específico para a regularização desses débitos.
Atualmente, o Monsoon conta com 30 atletas, todos contratados após a nova gestão, e é treinado por Paulo Baier, um ex-meia conhecido no futebol brasileiro. O CEO acredita que a folha de pagamento do time é uma das mais baixas do campeonato, mas não divulgou valores exatos.
Vitor Hugo explicou que decidiu comprar o Monsoon porque viu uma oportunidade de crescimento, considerando que o clube já havia superado divisões inferiores e estava na elite do futebol gaúcho. Ele estava colaborando com parceiros comerciais em Santa Catarina e acredita que o clube pode representar o litoral gaúcho de forma competitiva.
Em relação às dívidas, ele afirmou ter um prazo de 24 meses para organizar as finanças do clube e quer que a recuperação financeira ocorra simultaneamente ao desenvolvimento do futebol. Vitor Hugo ressaltou que a continuidade do projeto não depende exclusivamente dos resultados, mas ele deseja que o clube competia de maneira relevante.
Além disso, o clube planeja construir um centro de treinamento e uma arena multiuso em Capão da Canoa, em parceria com a prefeitura, visando não apenas beneficiar o Monsoon, mas também deixar um legado para a comunidade. Vitor Hugo acredita que a cidade está em crescimento, o que pode atrair investidores e ajudará a resolver as dívidas.
Todos os jogadores do atual grupo estariam com os salários em dia, e a nova gestão já iniciou um processo de reestruturação. Os patrocinadores começaram a se aproximar, reconhecendo a mudança nas administrações.
Os ex-jogadores que tentaram contato com a nova diretoria sobre valores a receber sem sucesso decidiram recorrer à Justiça do Trabalho. Vitor Hugo não se opõe a isso, reafirmando sua responsabilidade em quitar as dívidas deixadas pela antiga gestão.
O Monsoon está se preparando para o Gauchão, que começará no dia 10 de janeiro, e terá seus jogos mandados no Estádio Passo D’Areia, em Porto Alegre.



