O economista-chefe da ARX Investimentos, Gabriel Leal de Barros, declarou nesta terça-feira (14) que as eleições de 2026 deixarão “um legado horrível” para o Brasil. Durante o evento Global Voices, promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em São Paulo, ele citou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ao afirmar que, ao final, “ninguém sairá vencedor”.
Leal de Barros destacou que, de acordo com sua análise, a abordagem atual do governo, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao priorizar o aumento da receita para equilibrar as contas públicas, contribui para uma “fadiga no processo político”. Ele sugere que uma alternativa mais eficaz seria iniciar com cortes de gastos, antes de solicitar a colaboração do setor produtivo através da redução de benefícios fiscais.
Agenda Fiscal
“A agenda é correta, mas, ao focar apenas no aumento da arrecadação sem considerar os gastos, criamos um problema de condução de estratégia”, afirmou Leal de Barros, enfatizando a importância de uma abordagem equilibrada.
Segundo ele, “o mais estruturante é começar pelos cortes de despesas. Com a redução concreta nos gastos, é possível, em seguida, solicitar ao setor produtivo melhorias através da diminuição de incentivos tributários”.
Desafios para o Banco Central
No mesmo evento, Reinaldo Le Grazie, sócio da Panamby Capital e ex-diretor de política monetária do Banco Central (BC), previu que 2026 será “um pesadelo” para a instituição. Ele alertou que a situação deste ano não se repetirá, afetando o controle da inflação.
Le Grazie atribuiu a queda da inflação neste ano a fatores externos, como a desvalorização do dólar, impactada pelas políticas do ex-presidente Donald Trump. Ele questionou as expectativas para o próximo ano: “Se imaginarmos que o dólar atinja R$ 5,40, será que poderá se desvalorizar mais? Se a economia americana não desacelerar, essa desvalorização pode não ocorrer”, destacou.