Stephen Miran, diretor do Federal Reserve (Fed), destacou que a redução do déficit fiscal nos Estados Unidos tem contribuído para a diminuição dos juros neutros do país, resultando em uma política monetária mais restritiva. Em entrevista à Bloomberg, na manhã de 3 de novembro de 2023, ele afirmou que, apesar da alta no mercado acionário, as condições financeiras ainda não estão totalmente relaxadas.
O diretor também comentou sobre as novas políticas comerciais, econômicas, regulatórias e imigratórias implementadas pelo governo Trump, afirmando que elas impactam a economia norte-americana por meios que não envolvem diretamente a trajetória monetária. Miran acredita que essas medidas podem estimular o crescimento da produtividade e do Produto Interno Bruto (PIB) potencial, aliviando, ao mesmo tempo, a pressão inflacionária.
Em relação às tarifas, Miran não observou impactos significativos nos preços para os consumidores. Ele atribuiu isso à elasticidade da demanda e à diversidade das fontes de oferta, que ajudam a mitigar os custos. Segundo ele, até o momento, o ônus tem recaído mais sobre as empresas estrangeiras.
Miran enfatizou que a política monetária deve ser prospectiva. Ele projeta que parte do aumento atual da inflação deverá se reverter em breve e que a desaceleração dos preços de moradia auxiliará na desinflação dos serviços. “Pessoalmente, dou mais importância ao comportamento dos preços de moradia; é um indicador que as pessoas monitoram com frequência e onde ocorrem os maiores choques”, declarou.
Por fim, o diretor manifestou uma visão otimista sobre a trajetória da inflação, ponderando que, embora as expectativas permaneçam bem ancoradas, ele pode ajustar suas previsões caso novos dados ou eventos inesperados surjam.