O setor de serviços no Brasil apresentou um desempenho positivo em agosto, atingindo um novo recorde histórico. Apesar da desaceleração econômica e da taxa de juros elevada, o volume de serviços cresceu 0,1% em relação ao mês anterior, conforme os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. Essa expansão está em linha com as expectativas do mercado, conforme indicou uma pesquisa da Reuters.
Com este resultado, o setor acumula sete meses consecutivos de alta, totalizando um avanço de 2,6% desde fevereiro, a maior sequência positiva desde a série de oito meses que ocorreu entre fevereiro e setembro de 2022. Além disso, comparado a agosto do ano passado, o crescimento foi de 2,5%, também em conformidade com as previsões.
Um fator que tem contribuído para essa resiliência do setor, mesmo em um cenário de política monetária contracionista e uma taxa Selic em 15%, é o mercado de trabalho favorável e as medidas de estímulo à demanda. O destaque de agosto ficou com os serviços profissionais, administrativos e complementares, que cresceram 0,4%. Este desempenho foi impulsionado por empresas do setor de programas de fidelidade, serviços jurídicos e locação de máquinas.
Outras áreas que apresentaram crescimento no mês incluem:
- Transportes: 0,2% de alta
- Serviços prestados às famílias: 1,0% de alta
- Outros serviços: 0,6% de alta
A única atividade que registrou queda foi a de informação e comunicação, com uma diminuição de 0,5%. Essa retração foi influenciada negativamente pelos serviços de suporte técnico e manutenção, além da exibição e distribuição cinematográfica. O gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, destacou que este último resultado foi impactado pela alta base de comparação de julho, tradicionalmente um mês de férias.
O índice de atividades turísticas também teve uma leve recuperação em agosto, com um crescimento de 0,8% em relação a julho, após três meses de resultados negativos. Contudo, o segmento ainda permanece 2,0% abaixo do pico histórico registrado em dezembro de 2024. Segundo Lobo, o aumento dos preços das passagens aéreas foi um fator que prejudicou a performance do transporte aéreo nos meses anteriores, resultando na queda do turismo.
Assim, o setor de serviços no Brasil demonstra uma capacidade de recuperação, mesmo em um ambiente econômico desafiador, refletindo a complexa dinâmica entre demanda e oferta no atual cenário.