O Banco Mundial revisou sua projeção de crescimento econômico para a América Latina e o Caribe, prevendo uma expansão de 2,5% para 2026, acima da estimativa anterior de 2,4% divulgada em junho. A previsão para 2023 permanece em 2,3%, ligeiramente acima dos 2,2% registrados em 2022. Apesar do aumento nas estimativas, a região continua a ser a de crescimento mais lento do mundo, influenciada por fatores como inflação persistente, elevado endividamento e incertezas em torno das políticas tarifárias dos Estados Unidos.
Para o Brasil, a projeção de crescimento para 2025 foi mantida em 2,4%, enquanto a estimativa para 2024 indica uma desaceleração para 2,2%. A economia mexicana também mostra sinais de recuperação, com uma previsão de crescimento de 0,5% em 2023, superior à estimativa anterior de 0,2%, e uma expansão esperada de 1,4% para o próximo ano.
Susana Cordeiro Guerra, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, afirmou que “os governos da região têm gerido suas economias em meio a repetidos choques, mantendo a estabilidade”. Segundo ela, é crucial prosseguir com reformas para aprimorar o ambiente de negócios, investir em infraestrutura e mobilizar capital privado.
A Argentina continua a liderar o crescimento entre as principais economias da região, embora sua estimativa para 2025 tenha sido reduzida de 5,5% para 4,6%, com uma expectativa de crescimento de 4% em 2026. Em contrapartida, a economia da Bolívia enfrenta uma contração nos próximos dois anos, complicando a situação para o vencedor da eleição presidencial, marcada para 19 de outubro.
O Banco Mundial observa que, apesar da expectativa de estabilidade nos preços, as metas de inflação se tornaram mais desafiadoras, com a diminuição da taxa de juros ocorrendo de forma lenta. A incerteza em torno das políticas comerciais globais, principalmente devido às tarifas impostas pelos Estados Unidos, tem impactado negativamente o investimento em diversos setores.
O relatório ressalta também barreiras já conhecidas que dificultam o empreendedorismo, incluindo a infraestrutura deficiente, um viés em favor de empresas estabelecidas e a baixa qualidade da educação. “As empresas desejam contratar mais, mas enfrentam dificuldades em encontrar trabalhadores qualificados”, destacou William Maloney, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, enfatizando que o sistema educacional e de treinamento não está atendendo às demandas do mercado.