RIO DE JANEIRO – O valor mínimo total a ser pago à União no próximo leilão de campos do pré-sal foi estabelecido em **R$ 10,2 bilhões**. A oferta contempla três áreas já em produção e que ainda não foram contratadas, segundo informação divulgada nesta terça-feira pela Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA).
Com as áreas a serem leiloadas, a Petrobras se posiciona como a principal candidata para participar do certame. A presidente da estatal, Magda Chambriard, já manifestou interesse em avaliar os leilões de petróleo e gás, reforçando a expectativa sobre a participação da empresa.
O leilão será realizado em **4 de dezembro** na B3, a bolsa paulista, e oferecerá as seguintes participações:
- **3,5%** na jazida compartilhada de Mero;
- **0,551%** em Tupi;
- **0,950%** em Atapu.
Os valores mínimos definidos para cada parcela são:
- **Mero**: R$ **7,65 bilhões**;
- **Tupi**: R$ **1,69 bilhão**;
- **Atapu**: R$ **863,32 milhões**.
O edital do leilão, incluindo a minuta do Termo Aditivo do Acordo de Individualização da Produção (AIP) e outros documentos relevantes, será publicado no site da PPSA nesta quarta-feira.
A autorização para a realização do leilão foi concedida na última sexta-feira pelo Conselho Nacional de Energética (CNPE), que é composto por ministros e representantes da sociedade civil, com a função de aconselhar o presidente da República.
Possibilidade de Pagamento Adicional
Além do valor mínimo estipulado, o CNPE também indicou a possibilidade de um pagamento adicional, denominado “**earn-out**”. Esse valor pode ser ativado caso as perspectivas futuras se concretizem, aumentando o valor dos ativos oferecidos.
O “earn-out” é um dispositivo contratual que condiciona o pagamento de uma quantia variável, dependendo da ocorrência de certos eventos, como flutuações no preço do barril de petróleo Brent e revisões na participação das jazidas que podem resultar em uma maior proporção para as áreas não contratadas.
Recentemente, representantes da PPSA afirmaram que a exploração estatal pode representar um potencial significativo para descobrir mais petróleo do que se imagina. Se essa previsão se confirmar, os vencedores do leilão poderão ver suas participações nas jazidas incrementadas, mediante novos pagamentos. O diretor-presidente da PPSA, Luis Fernando Paroli, comentou: “Nossa equipe buscou valorizar o ganho aconselhado de eventos futuros de forma a equilibrar os ganhos para o país e para a sociedade brasileira com a manutenção da atratividade do certame.”
A diretora técnica da PPSA, Tabita Loureiro, também destacou que os estudos da empresa apontam para um potencial aumento nas participações das áreas não contratadas em Mero e Atapu. Ela acrescentou que, no caso de Tupi, já existe uma nova participação sendo negociada, o que representa uma oportunidade única em ativos de classe mundial.