A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou hoje que cerca de 60% do financiamento necessário para zerar o desmatamento até 2030 poderá ser proveniente de dois mecanismos: o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) e a REDD+, que significa “Redução das emissões provenientes do desmatamento e da degradação florestal”. Ambas as iniciativas têm potencial para gerar aproximadamente US$ 9 bilhões anuais.
Durante uma reunião preparatória para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, Marina Silva explicou que esses recursos são fundamentais para alcançar a meta de erradicar o desmatamento. O TFFF, em especial, se destaca como uma prioridade em termos de financiamento, oferecendo um “bônus” aos países que se comprometerem com a conservação das florestas. Projetos que se enquadram na categoria REDD+ são vistos como formadores de créditos com potencial de serem comercializados no mercado de carbono.
A ministra enfatizou que “os recursos destinados à proteção florestal estão muito aquém do necessário” e que é crucial “mobilizar um menu de ações concretas de financiamento para a natureza”. Além das florestas, Silva destacou a importância da conservação oceânica. Ela alertou que os investimentos para a proteção dos oceanos somam apenas US$ 1,2 bilhão por ano, enquanto seriam necessários cerca de US$ 16 bilhões para atender a demanda.
Marina Silva reiterou que a proteção do oceano deve ser parte da agenda climática, afirmando que “as NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) precisam ser também ‘azuis’”. Isso se refere à necessidade de que os compromissos de cada país em relação às mudanças climáticas considerem a preservação dos oceanos, especialmente em alinhamento com a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC.