Após semanas de tensão entre Brasil e Estados Unidos, os dois países iniciaram um processo de reaproximação. A crise nas relações se intensificou, mas agora há sinais de melhora, com conversas entre os líderes e um possível encontro marcado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se encontrar com Donald Trump no próximo domingo na Malásia, durante uma cúpula da ASEAN.
Esse movimento de aproximação representa uma mudança significativa na postura de Trump, que condicionara a normalização das relações a políticas favoráveis ao PL, seu aliado político. Essa reviravolta parece ter sido motivada pelo reconhecimento de Trump de que não conseguiria interferir no processo judicial que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Thomas Shannon, ex-embaixador dos EUA no Brasil, identificou dois fatores principais que contribuíram para essa mudança. Primeiramente, Trump compreendeu que sua tentativa de proteger Bolsonaro e garantir sua candidatura falhou. Além disso, a imposição de tarifas sobre produtos brasileiros começou a ser vista como prejudicial para empresas e consumidores americanos.
Estudos mostraram que as tarifas podiam, na verdade, impactar negativamente a economia dos EUA, fazendo com que Trump considerasse a possibilidade de reverter essas sanções. Acredita-se que essa decisão será de interesse não apenas do Brasil, mas também dos EUA, uma vez que o Brasil desempenha um papel fundamental nas cadeias de suprimento que afetam a vida cotidiana dos americanos.
Shannon, que atuou no governo Obama, acredita que a reaproximação entre os dois países deve focar mais em questões econômicas do que políticas, especialmente em relação às sanções aplicadas a ministros do STF. Ele destacou que, apesar de todo o diálogo, não se espera uma reversão imediata dessas sanções.
Com uma crescente mudança no cenário político internacional, a expectativa quanto ao encontro entre Lula e Trump é alta. Ambas as partes parecem dispostas a trabalhar em conjunto para melhorar suas relações e enfrentar desafios econômicos.



