No último domingo, o tema da redação do Enem foi “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”, abordando questões como etarismo e desafios financeiros enfrentados pelos idosos, especialmente em relação à aposentadoria. O Brasil ocupa a 40ª posição em um ranking de 44 países no Índice Global de Aposentadoria, publicado pela gestora Natixis, revelando preocupações significativas sobre a segurança financeira dos aposentados no país.
Esse índice, que chega à sua 13ª edição, posiciona o Brasil apenas acima da China, Turquia, Colômbia e Índia. Os pesquisadores avaliaram a situação com base em 18 indicadores divididos em quatro subíndices: Bem-estar Material, Qualidade de Vida, Saúde e Finanças na Aposentadoria.
No subíndice “Bem-estar Material”, foram considerados fatores como igualdade de renda, renda per capita e taxa de desemprego. No subíndice de “Saúde”, analisaram-se a expectativa de vida e gastos com serviços de saúde. Para “Qualidade de Vida”, critérios como felicidade e condições ambientais foram verificados. Por fim, “Finanças na Aposentadoria” avaliou aspectos como dependência na velhice, endividamento e pressão tributária.
Os resultados mostram que o Brasil obteve a pior nota no subíndice “Bem-estar Material”, com apenas 27% de desempenho, em uma escala que vai de 0 a 100. Já na área de Saúde, a nota foi de 52%, seguido por 59% em Finanças e 62% em Qualidade de Vida, resultando em uma média geral de 48%.
O estudo aponta que a Noruega retoma a liderança do ranking, após ter sido superada pela Suíça, agora na terceira posição. A Irlanda, que evoluiu significativamente desde 2017, ocupa o segundo lugar. O grupo dos cinco primeiros também inclui a Islândia e a Dinamarca.
A Alemanha é a mais bem classificada entre as grandes economias, ocupando a oitava posição geral, devido ao seu desempenho no subíndice de Bem-estar Material, impulsionado pelo baixo desemprego e aumento da renda per capita. Outras posições incluem o Reino Unido em 14º, Canadá em 20º, Estados Unidos em 21º e Coreia do Sul em 22º.
Estudo cita Simples e MEI
O estudo ressalta a importância de garantir cobertura previdenciária para todos os trabalhadores, incluindo os informais, cuja vulnerabilidade financeira é evidente, principalmente na velhice. Muitos não têm acesso a pensões e possuem escassas economias, tornando isso uma preocupação alarmante.
Os dados mostram que os incentivos para que os trabalhadores informais migrem para o mercado formal são frequentemente insuficientes. Apesar de uma cobertura previdenciária deficiente, os governos são pressionados a compensar déficits por meio de impostos mais altos.
Para combater essa situação, o estudo sugere que políticas que tornam o trabalho formal mais atrativo representam uma solução potencial. O Simples Nacional, implementado em 2006, é destacado como uma iniciativa eficaz e sua posterior ampliação pelo programa Microempreendedor Individual (MEI), em 2008, incentivou a formalização de pequenos negócios.
Entre 2008 e 2013, mais de 2 milhões de trabalhadores saíram da informalidade com essas políticas. Embora a formalização tenha desacelerado nos anos seguintes devido a recessões econômicas, a contínua adesão a esses programas resultou em aumento na arrecadação tributária e melhoria na cobertura previdenciária.



