A história de Ângela Diniz, uma socialite brasileira, ganhou novo destaque quase 50 anos após sua morte. Com o lançamento da série “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada”, estrelada pela atriz Marjorie Estiano, a narrativa sobre sua vida e morte dramática volta à mídia. A série já está disponível na plataforma de streaming HBO Max.
Ângela Diniz nasceu em Belo Horizonte, em 1944, e construiu uma imagem de beleza e elegância, tornando-se uma figura reconhecida na alta sociedade de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Ela teve três filhos e, após uma separação, adotou um estilo de vida que muitos consideravam ousado e transgressor para a época. Sua vida social era marcada por festas e relacionamentos, refletindo sua independência.
No entanto, sua história tomou um rumo trágico em 30 de dezembro de 1976, quando Ângela foi assassinada com quatro tiros na casa de praia em Búzios, no Rio de Janeiro. Ela havia iniciado um relacionamento com Doca Street poucos meses antes de sua morte. Amigos de Ângela relataram que Doca apresentava crises de ciúmes e frequentemente a proibia de sair, o que pode ter levado ao confronto que culminou no crime.
O caso teve ampla repercussão e gerou debates intensos, especialmente durante o julgamento de Doca Street. Em sua defesa inicial, ele alegou agir em “legítima defesa da honra”, um argumento que posteriormente foi considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em 2023. Essa decisão foi vista como um avanço na luta contra a violência de gênero, já que a tese violava princípios de dignidade humana e igualdade.
Inicialmente, Doca foi condenado a dois anos de prisão, o que causou revolta na sociedade e inspirou movimentos feministas. Essa comoção levou a um novo julgamento em 1981, resultando em uma pena de 15 anos para ele.
A série traz um elenco de peso, incluindo Antônio Fagundes como o advogado Evandro Lins Silva, além de Thiago Lacerda, Camila Márdila e Yara de Novaes. O projeto é dirigido por Waddington e conta com um roteiro escrito por Elena Soárez, que já trabalhou em produções reconhecidas como “O Mecanismo” e “Filhos do Carnaval”. A produção executiva é realizada por Waddington, Lorena Bondarovsky e Renata Brandão.
O caso de Ângela Diniz continua a ressoar na sociedade, simbolizando a luta contra a violência de gênero e a transformação da percepção pública sobre feminicídios no Brasil.



