Imagens recentes de um cometa interestelar, chamado 3I/ATLAS, foram divulgadas pela NASA e mostram como várias sondas espaciais acompanharam a passagem do objeto pela nossa vizinhança cósmica. Esse cometa foi detectado pela primeira vez em 1º de julho e é apenas o terceiro objeto interestelar observado que se origina fora do nosso sistema solar.
Quando o cometa passou perto de Marte em outubro, diversas missões da NASA interromperam suas atividades para registrar imagens do cometa. Apesar de nenhuma das espaçonaves ter câmeras específicas para capturar cometas viajando a velocidades de até 246 mil quilômetros por hora, os cientistas estavam determinados a aproveitar essa ocasião especial.
Tom Statler, cientista da NASA, comparou a captura das imagens a uma partida de beisebol, onde cada sonda é como um espectador em diferentes lugares do estádio, tentando ver a ação. A coleta de dados envolveu cerca de 20 equipes de diferentes missões, de acordo com Nicky Fox, da Diretoria de Missões Científicas da NASA.
A sonda Lucy e a nave Psyche, ambas em direção aos asteroides, assim como missões que estudam o sol, como a Parker Solar Probe, conseguiram captar vislumbres do cometa. A combinação desses dados com telescópios terrestres ajudou os cientistas a entender melhor a estrutura tridimensional do cometa e a natureza do pó que ele libera devido ao calor do sol.
O cometa passou a aproximadamente 29 milhões de quilômetros de Marte no dia 3 de outubro. O ExoMars Trace Gas Orbiter, da Agência Espacial Europeia, estava a cerca de dez vezes mais próximo do cometa do que os telescópios na Terra, permitindo que ele capturasse imagens de um ângulo que os observadores da Terra não conseguiam ver. Essa nova perspectiva ajudou os cientistas a prever a trajetória do cometa com muito mais precisão.
Além de missões como a Hubble e a James Webb, outros satélites também observaram 3I/ATLAS. Dr. Theodore Kareta, um astrônomo planetário, ressaltou que as espaçonaves têm vantagens importantes na observação, pois suas câmeras e instrumentos são projetados para captar diferentes dados a partir de várias posições.
Atualmente, acredita-se que o diâmetro do cometa varia de alguns milhares de pés a algumas milhas, mas os cientistas estão refinando essas medições. Como 3I/ATLAS se originou fora do nosso sistema solar, a comunidade científica está ansiosa para entender como sua composição difere das cometas que conhecemos.
Dados preliminares indicam que 3I/ATLAS está liberando mais dióxido de carbono do que os cometas típicos do nosso sistema solar, além de ter mostrado uma atividade aumentada, levando a especulações sobre se o objeto se fragmentou durante sua passagem próxima ao sol.
Depois de alcançar seu ponto mais próximo do sol em 30 de outubro, a menos de 210 milhões de quilômetros, o cometa agora está voltando a ficar visível a partir da Terra. Ele deverá passar a cerca de 270 milhões de quilômetros da Terra em 19 de dezembro, antes de continuar sua trajetória de volta para fora do nosso sistema solar. Scientists consideram 3I/ATLAS uma oportunidade única, pois objetos interestelares desse tipo são extremamente raros.



