A Azul S.A. (código AZUL4) enfrentou um dia de forte desvalorização na Bolsa brasileira, registrando uma queda de 24,84%, com as ações cotadas a R$ 2,36. O evento se deu após a companhia anunciar, na quarta-feira, 23 de abril, a emissão de 464.089.849 ações na oferta pública de distribuição primária de ações preferenciais, com cada ação sendo precificada em R$ 3,58, totalizando aproximadamente R$ 1,66 bilhão.
Inicialmente, a quantidade de ações oferecidas foi aumentada em 3%, resultando em mais 13.517.180 ações nas mesmas condições. Essa ampliação visou atender à demanda aquecida observada no mercado.
Em um comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Azul informou que cada subscritor das ações receberá um bônus de subscrição correspondente a cada ação adquirida, totalizando 13.517.180 bônus. Contudo, 450.572.669 bônus atribuídos às ações integralizadas por meio das Dívidas Financeiras – Notas serão cancelados voluntariamente.
Com a nova emissão, o aumento do capital social da Azul foi homologado, elevando o total para R$ 7.131.859.384,34. A nova estrutura incluirá 2.128.965.121 ações ordinárias e 896.039.753 ações preferenciais, todas nominativas, escriturais e sem valor nominal.
O início das negociações das novas ações e bônus de subscrição está previsto para o dia 25 de abril de 2025, com a liquidação física e financeira agendada para o dia 28. Os créditos dos bônus ocorrerão no dia 29 do mesmo mês.
Segundo análise da Genial Investimentos, apesar da importância deste anúncio para a reestruturação da companhia, o resultado ficou abaixo do esperado, especialmente em relação à captação de novos recursos. A maioria dos fundos provém da equitização dos títulos 2029/30 e a empresa ainda não conseguiu levantar os cerca de US$ 200 milhões adicionais necessários para reforçar a liquidez e finalizar a reestruturação.
A Azul reiterou que a oferta está alinhada à sua reestruturação, com o objetivo de não apenas obter novos recursos financeiros, mas também melhorar sua estrutura de capital e aumentar a liquidez. A oferta possibilitará a equitização obrigatória de parte das notas de cupom de 11,500%, com vencimento em 2029, e de 10,875%, com vencimento em 2030, emitidas pela Azul Secured Finance e que pertencem a determinados investidores.
Conforme já anunciado, a equitização será realizada por meio da troca obrigatória de parte do principal das Notas por ações, incluindo a forma de ADRs emitidas na oferta. A emissão foi coordenada pelos bancos UBS BB (líder), BTG Pactual e Citi.
(com Estadão Conteúdo)