O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou na sexta-feira, 19 de outubro, da inauguração da Ponte Internacional da Integração entre Brasil e Paraguai, localizada em Foz do Iguaçu, Paraná. Durante seu discurso, Lula fez críticas indiretas ao governo dos Estados Unidos, mencionando a construção de muros em outros países e destacando o desejo de maior proximidade entre as nações sul-americanas.
Ele enfatizou que, enquanto algumas nações buscam isolar-se e criar barreiras físicas, os países da América Latina desejam promover a paz e a união. Lula afirmou que, como latino-americanos, é importante mostrar ao mundo um compromisso com a fraternidade e a harmonia.
A Ponte Internacional da Integração, que conecta Foz do Iguaçu à cidade paraguaia de Presidente Franco, foi uma colaboração entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o governo do Paraná e a Itaipu Binacional. O investimento total na obra foi de R$ 1,9 bilhão, um valor que inclui recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A ponte medirá 760 metros de extensão, com um vão-livre de 470 metros, que é o maior do continente. Possui duas pistas de 3,6 metros de largura, criadas para facilitar o fluxo de trânsito.
Apesar do evento festivo, ocorreram problemas técnicos durante a cerimônia, com falhas no sistema de som. Isso irritou o presidente, que optou por deixar o palco e se dirigir diretamente ao público para interagir de forma mais próxima. A Itaipu Binacional esclareceu que houve um problema no gerador, que seria rapidamente substituído, e que Lula já estava encerrando seu discurso quando decidiu se juntar à plateia.
A cerimônia contou com a presença da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que aproveitou a ocasião para criticar a aprovação de um projeto de lei que reduz as penas para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Gleisi defendeu que não deve haver anistia para esses atos, para que a história não se repita.
A nova ponte representa um avanço significativo na infraestrutura da região, pois melhora a mobilidade e a segurança viária. Ela é parte de um conjunto de melhorias que inclui a construção de novas aduanas e viadutos, além de uma nova rodovia que reorganiza o tráfego pesado, desviando caminhões do centro de Foz do Iguaçu. A entrega da ponte marca também a segunda ligação viária entre os dois países, 60 anos após a inauguração da Ponte da Amizade.
Estima-se que a ponte irá aumentar consideravelmente o movimento comercial e turístico na região. Na primeira semana de operação, mais de 10 mil veículos já utilizaram a nova ligação, que promete ser uma importante fonte de desenvolvimento para Foz do Iguaçu e seus arredores.



